Descrição de chapéu BNDES

Museu do Cais do Valongo, no Rio, será inaugurado em 2026, diz BNDES

Banco anunciou criação de fundo de R$ 20 milhões para Iniciativa Valongo, dedicada a história do povo afro-brasileiro

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Rio de Janeiro

O novo museu sobre a herança africana e a história do povo afro-brasileiro na região do Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, será inaugurado em 2026, projetou nesta terça-feira (23) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES .

O memorial faz parte de um projeto batizado como Iniciativa Valongo, que terá o banco como coordenador executivo.

O Cais do Valongo foi a principal porta de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas. As ruínas do local, que recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 2017, foram encontradas em escavações feitas durante obras de revitalização da região em 2011.

Cais do Valongo fica na região portuária do Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 13.fev.2023/Folhapress

O BNDES afirmou que um fundo no valor de R$ 20 milhões deve ser constituído para o início dos trabalhos da Iniciativa Valongo. Desse montante, R$ 10 milhões devem ser financiados pelo próprio BNDES e os outros R$ 10 milhões devem ser repassados por parceiros.

O banco ainda prevê destinar outros R$ 7 milhões para a contratação de consultores que devem atuar na elaboração do projeto do museu.

De acordo com o cronograma apresentado pelo BNDES, a abertura da chamada pública para seleção do gestor do fundo será na primeira semana de julho de 2023. O início das atividades do fundo está previsto para novembro de 2023.

O anúncio ocorreu na sede do BNDES, no Rio. O evento reuniu nomes como o presidente do banco, Aloizio Mercadante, e as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Margareth Menezes (Cultura).

"Do resultado do banco, tem uma parte que é não reembolsável. Estamos escolhendo o Valongo como projeto prioritário não reembolsável", disse Mercadante.

"Vamos fazer um edital público para contratar uma empresa ou uma ONG que vai administrar e prestar contas dos recursos", acrescentou.

Em seu discurso, Anielle lamentou os ataques ao jogador de futebol do Real Madrid Vinicius Júnior, que voltou a ser alvo de manifestações racistas no final de semana na Espanha.

A ministra também relembrou a morte de sua irmã, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), que foi assassinada em 2018.

"Falar de racismo é como se a gente estivesse cortando cada vez mais um pedaço de si. Foi duro imaginar o que o Vini Jr passou naquele jogo. Foi duro imaginar a família dele, o que eles sentiram após aquilo ali", disse a ministra.

"No dia em que mataram minha irmã, infelizmente, eu recebi duas horas depois foto da minha irmã com a cabeça aberta, e as pessoas zombando do crime contra uma mulher negra", afirmou.

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