'Zé Celso era vida', afirma Marcelo Drummond, que assumirá o Teatro Oficina

Viúvo de Zé Celso, que quer evitar cair no drama, diz que marido deu norte para muita gente e que velório dele será uma festa

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São Paulo

Marcelo Drummond, o viúvo de Zé Celso, disse que deve assumir a direção do Teatro Oficina após a morte do diretor, que não resistiu aos ferimentos causados pelo incêndio em seu apartamento. "Provavelmente serei eu", disse, quando questionado sobre a sucessão. "O Zé disse que gostaria que eu continuasse. Mas essas coisas jurídicas a gente vê depois."

Dentro do espaço onde o casal fez sua arte por anos e onde se casou há um mês, Drummond falou ainda sobre o momento em que tomou conhecimento do incêndio.

Zé Celso e Marcelo Drummond em seu casamento - Folhapress

Ele contou que acordou com um estrondo. Ao abrir a porta do quarto de seu apartamento, integrado ao de Zé Celso, estava tudo escuro devido à fumaça. "Eu ouvi o Victor Rosa dizendo ‘vem meu amor, vem’. Quando fui para o apartamento do Zé, vi ele no chão sendo puxado pelo Victor e o fogo atrás".

Quando conseguiram sair do apartamento e deitaram no corredor do lado de fora, Drummond disse que Zé Celso pedia para fechar as janelas. "Eu dei as mãos para ele e ele colocou a perna em cima de mim. Parecia que tínhamos acabado de trepar."

"O que me dói mais é como aconteceu. Não precisava ser um incêndio. O que interessa é que o Zé deu norte e vida para muita gente. Muitas pessoas trabalharam nesse pequeno teatro", continuou.

Apesar da dor, Drummond não quer se deixar levar pela perda. "Eu não quero cair no drama, na fita francesa. Foi uma tragédia, aconteceu, vamos tocar em frente. Temos que lembrar que o Zé é vida. Ele ensinou isso, que precisa ter vida o tempo inteiro e força", afirmou aos jornalistas.

Conforme o viúvo, o velório de Zé Celso será uma festa. "Ele inventou isso, esse teatro. Ninguém fez isso antes. Quando chegamos à Alemanha a primeira vez, ficou todo mundo estarrecido", lembrou, emocionado. Em seguida, entrou no teatro e, apontando para as arquibancadas, repetiu "esse é o legado do Zé". "Ninguém fez isso antes, nem os gregos."

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