Festival Dekmantel terá nova edição no Brasil em versão reduzida em novembro

Evento de música eletrônica retorna na forma de festa em dois dias com quase 20 artistas brasileiros e internacionais no lineup

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São Paulo

Depois de cinco anos, o Dekmantel volta a São Paulo. Uma das principais marcas do circuito alternativo global de música eletrônica, o festival retorna ao Brasil como showcase: um lineup com 17 atrações combinando nomes em ascensão e artistas consolidados nas pistas, tais como o brasileiro Evehive e o espanhol John Talabot, nos dias 3 e 4 de novembro.

"Nas primeiras edições do festival, a gente estava muito focado em alguns selos musicais, mas agora estamos tentando abrir mais o espectro de artistas", afirma Casper Tielrooij, DJ holandês e fundador do Dekmantel. "E hoje vemos que a América Latina está num bom momento."

Foto do festival Dekmantel em São Paulo - Gabriel Quintão/Divulgação

As sonoridades latinoamericanas serão representadas por artistas como Cashu e Badsista, nomes inseparáveis da Mamba Negra —uma das principais grifes de rave urbana do mundo hoje—, a colombiana Bitter Babe, do selo TraTraTrax —coletivo de Medellín—, além dos brasileiros da Gop Tun.

"A primeira edição do Dekmantel Brasil, em 2016, ocorreu em um momento em que havia a Gop Tun, a Mamba Negra, a ODD, diversas festas na cidade de São Paulo", diz Caio Taborda, um dos fundadores e DJs da Gop Tun. "A edição do festival no Brasil é a única que ocorre fora da Holanda."

Nomes europeus de peso também se somam ao lineup. A russa Dr Rubinstein, artista de renome na cena do acid techno; o britânico Blawan, conhecido por seu som industrial e obscuro; e o holandês Young Marco, notório por suas finas seleções que vão do house ao boogie.

A notória ausência da edição showcase do Dekmantel fica por conta de conjuntos e músicos que fazem uso de instrumentos que não as CDJs dos DJs. Em anos anteriores, o evento brasileiro teve artistas como Marcos Valle e Hermeto Pascoal, seguindo a verve do Dekmantel original.

"As coisas no Brasil são difíceis por causa da moeda", diz Taborda. "E quando o dólar explodiu nos últimos anos, a gente teve de segurar um pouco nossas expectativas. Queremos fazer um showcase para ver como vai ser a recepção. Estamos dando um passo atrás e seguir adiante, se for o caso."

O Dekmantel também volta ao Brasil durante uma retomada das grandes marcas da música eletrônica no país, como é o caso do Ultra, realizado em abril, e do Tomorrowland, que terá uma nova edição brasileira em outubro.

Outro fator importante é a ascensão dos festivais. Nos últimos meses, diversos eventos do tipo tem se espalhado pelo país, seja em versões locais, seja em versões nacionalizadas de grifes internacionais —caso do Primavera.

"Somos independentes e isso vai acima de tudo", afirma Tielrooij. "No Brasil, fizemos festivais durante crises econômicas, e as margens de lucro nunca foram muito boas. Construímos o Dekmantel no país pouco a pouco, porque compartilhamos uma visão com a Gop Tun."

Nesse contexto, a versão brasileira do festival holandês também tem de encarar um cenário global alterado por pandemia e pela crescente popularidade da música eletrônica de pista no Brasil. Enquanto aquele parece ter acelerado o andamento da chamada club music no mundo todo, este tem provocado uma busca por nomes de peso que costumam atrair público em solo nacional —os headliners.

"É interessante ver como a cena no Brasil mudou desde o primeiro Dekmantel aqui", diz Taborda. "Para a gente, é difícil criar um bom lineup porque as pessoas querem ir ver os headliners no festival. Isso é desafiador: sempre tentamos criar um lineup para que as pessoas também possam descobrir novos artistas."

A versão reduzida do Dekmantel Brasil será realizada na Fábrica de Impressões, complexo de galpões localizado na Barra Funda. Os ingressos custarão entre R$ 160, para um dia de vento, e R$ 250, para dois dias de evento.

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