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Como foi a estreia da turnê de Madonna, com celebração dos 40 anos de carreira

Show de duas horas teve sucessos, figurino sensual e futurista, fãs 'fantasiados' na plateia e banda substituída por gravações

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Derrick Bryson Taylor Ben Sisario
Londres e Nova York | The New York Times

Fãs usando pérolas com crucifixos, luvas de renda, saias de tule e espartilhos. Alguns até frisaram os cabelos e desenharam pintas falsas, enquanto outros usavam camisetas brancas básicas apenas com a letra M nas costas.

De múltiplas gerações, os espectadores da O2 Arena em Londres viram na noite de sábado (14) uma oportunidade de se vestir como sua fase favorita de Madonna, mesmo que isso tenha ocorrido décadas antes de eles nascerem.

Madonna na estreia da turnê 'The Celebration Tour' na O2 Arena em Londres - Kevin Mazur/WireImage for Live Nation via Reuters

Madonna, 65 anos, está na estrada pela primeira vez desde 2020 com sua turnê global "Celebration", um show que abrange mais de 40 de seus sucessos ao longo de quatro décadas. A estreia aconteceu em um espaço com capacidade para 20 mil pessoas, três meses após a data prevista originalmente, devido a um susto de saúde da ícone pop.

Em junho, Madonna foi hospitalizada pouco antes da data programada para o início da turnê no Canadá. Na época, seu empresário disse que ela estava com uma "infecção bacteriana grave", que resultou em internação na unidade de terapia intensiva por vários dias.

Madonna jurou que a turnê —a primeira dedicada à sua discografia completa de sucessos, em vez de um lançamento de um álbum específico— continuaria. Nas últimas semanas, ela lotou sua conta no Instagram de imagens provocantes e no melhor estilo Madonna, vestindo um espartilho preto de renda, praticando passos no palco e com as pernas cobertas de uma meia arrastão.

Os fãs encararam um atraso de 30 minutos antes de ela subir ao palco, abrindo com uma sequência de sucessos antes de reconhecer os desafios que a levaram àquele momento. "Como eu cheguei tão longe? Por causa de vocês", disse, acrescentando: "Mas eu também vou levar um pouco do crédito."

Desde o início, ficou claro que o show seria tanto uma jornada pela carreira de Madonna quanto uma verdadeira balada. O palco foi montado de maneira que se estendia em direção ao público, com várias telas retráteis suspensas que exibiam imagens da cantora. Em outros momentos, mostraram retratos poderosos, como quando ela cantou "Live To Tell" e surgiram imagens de Freddie Mercury, Arthur Ashe e mais pessoas que morreram de Aids.

Madonna na performance na noite de sábado (14), em Londres - Kevin Mazur/WireImage for Live Nation via Reuters

Por mais de duas horas, com a ajuda de seus dançarinos e alguns de seus seis filhos, Madonna cantou sucessos como "Holiday," "Like a Prayer," "Hung Up," "Ray of Light" e "Bad Girl." As roupas foram sensuais, religiosas e futuristas.

Embora o show estivesse em preparação há meses, não faltaram dificuldades técnicas. No início, Madonna interrompeu tudo para que o som pudesse ser reconfigurado. Ela entreteve a plateia durante o atraso, falando longamente sobre sua ascensão à fama enquanto técnicos trabalhavam nos bastidores.

Mais tarde, entre as músicas, falou sobre o conflito entre Israel e Palestina. "Parte meu coração ver crianças sofrendo, adolescentes sofrendo, pessoas idosas sofrendo, tudo isso é devastador", disse.

Ela também refletiu sobre suas lutas de saúde. "Se você quer saber o meu segredo, e quer saber como eu supero e sobrevivo, eu pensei, 'Tenho que estar lá para os meus filhos. Eu tenho que sobreviver por eles'", afirmou.

Os 24 artistas no palco notavelmente não incluíam uma banda ao vivo: Stuart Price, diretor musical da turnê, disse à BBC que "as gravações originais são nossas estrelas". O palco, com mais de 1.300 metros quadrados, foi projetado para ecoar bairros de Manhattan, bem como o bolo de casamento da performance de "Like a Virgin" no MTV Video Music Awards de 1984.

Durante o show, ela é erguida e exibida pelo local em uma caixa a nove metros de altura.

Carla Nobre, 38 anos, disse que ver Madonna estava em sua lista de desejos, mas que ficou decepcionada. "Teve muito falatório", disse.

Jenni Purple, de 54 anos, disse que o show, sua primeira vez vendo Madonna ao vivo, foi "absolutamente incrível". "Eu amei todos os medleys, amei os figurinos, amei todas as danças", afirmou.

Para Madonna, a turnê Celebration, com 78 datas, é uma chance de afirmar seu poder de superstar em um ano em que a música ao vivo foi dominada por Taylor Swift e Beyoncé —mulheres que, assim como Madonna antes delas, usaram talento e profundo conhecimento da mídia para remodelar o estrelato pop à sua própria imagem.

Em julho, Beyoncé reconheceu a dívida quando Madonna, fazendo uma de suas primeiras aparições públicas após sua hospitalização, compareceu à turnê Renaissance World Tour de Beyoncé em Nova Jersey.

"Grande homenagem à rainha", disse Beyoncé, durante performance do "Queens Remix" de sua música "Break My Soul", que mistura o sucesso de 1990 de Madonna, "Vogue" —outro hit que explorou e homenageou a cultura de dança gay daquela época.

Madonna retribuiu o reconhecimento no sábado (14), tocando um pouco do mesmo remix.

O legado claramente está no radar de Madonna. No mês passado, o comercial da Pepsi de 1989 que introduziu sua música "Like a Prayer" —antes de ser retirado de circulação devido à indignação com o vídeo da música, que apresentava um beijo interracial e a cantora dançando em frente a cruzes em chamas— foi finalmente exibido novamente durante o MTV Video Music Awards.

Madonna, que recebeu US$ 5 milhões pela promoção, disse nas redes sociais: "Assim começou minha carreira ilustre como artista que se recusa a comprometer sua integridade artística. Obrigada @pepsi por finalmente perceber a genialidade de nossa colaboração. Artistas estão aqui para perturbar a paz".

Aisha e Maia Letamendia Moore, gêmeas de 17 anos, usaram roupas inspiradas nas eras de "Vogue" e "Like a Virgin". "Eu acho que ela é uma influência tão grande", disse Maia. "Ela fez tantas coisas que foram tão controversas. Ela não tinha medo do que as pessoas diriam."

Houve rumores de que "Celebration" poderia ser a última turnê de Madonna. Helen Dawson, 47, que viu Madonna pela primeira vez na turnê "Who's That Girl", em 1987, discorda. "Nunca, ela não vai desistir", disse. "Esta é apenas uma nova celebração, uma nova era."

Este texto foi originalmente publicado no The New York Times.

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