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Netflix cancela série com Bruna Marquezine que Keanu Reeves gravou em SP

Decisão foi tomada após inúmeras denúncias contra o diretor de 'Conquest', Carl Erik Rinsch, e mau uso do orçamento

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São Paulo

A série da Netflix que trouxe Keanu Reeves para São Paulo, há quatro anos, foi cancelada pela plataforma de streaming. Segundo o jornal americano The New York Times, a decisão foi tomada após comportamentos "erráticos" e o mau uso do orçamento pelo diretor Carl Erick Rinsch.

Carl Erik Rinsch grava a série "Conquest", da Netflix, em São Paulo
Carl Erik Rinsch grava a série "Conquest", da Netflix, em Montevidéu, no Uruguai - Santiago Cerini/The New York Times

"Conquest" gravou algumas de suas cenas no entorno do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, e teria Reeves como produtor. A trama, descrita apenas como uma ficção científica num futuro distópico habitado por seres artificias, seria estrelada por Bruna Marquezine.

Segundo o jornal, a Netflix deu ao diretor do mal avaliado "47 Ronins" liberdade para o corte final da série, algo reservado a nomes de prestígio, e investiu US$ 55 milhões, cerca de R$ 271 milhões, em sua produção, mas nunca recebeu um único episódio finalizado.

Membros da produção denunciaram o comportamento de Rinsch logo após o acordo com a plataforma. Nos emails e documentos analisados pelo jornal, testemunhas afirmaram que o diretor alegava ter descoberto um mecanismo secreto de transmissão da Covid-19 e que era capaz de prever relâmpagos.

Parte do orçamento da série teria sido usado para comprar uma frota de Rolls-Royce, mobília de designers e roupas de grife. Rinsch também teria investido o dinheiro em ações e criptomoedas.

Durante as gravações em São Paulo, ele ainda teria destratado sua equipe com gritos e palavrões, causando "irritação excessiva" no time por trás de "Conquest", segundo uma carta enviada por um sindicato à Netflix.

Rinsch e a Netflix atualmente travam uma batalha mantida sob sigilo para solucionar o imbróglio. O diretor, por sua vez, acusa a plataforma de quebra de contrato e cobra uma dívida de US$ 14 milhões, cerca de R$ 69 milhões.

Procurado pelo The New York Time, Rinsch não quis ser entrevistado. Ele publicou um texto no Instagram, em que diz que esperava que o artigo fosse impreciso e que o trataria como alguém que está fora de si.

Já a Netflix, por meio de um porta-voz, informou que "após muito tempo e esforço, ficou claro que Rinsch nunca entregaria o projeto completo, conforme combinado, então o cancelamos".

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