Shows se dividem entre proibir e distribuir garrafas de água após Taylor Swift

São Paulo, que registrou 30°C, sediou o festival Primavera Sound e os shows de Ludmilla e dos Amigos neste sábado

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São Paulo

A passagem turbulenta de Taylor Swift pelo Brasil já causa mudanças no cenário das apresentações musicais. Prova disso são os três grandes shows que aconteceram em São Paulo neste sábado (2), uma semana após o encerramento da turnê da cantora americana no país —o festival Primavera Sound, o show "Numanice", de Ludmilla, e a apresentação do grupo Amigos, que reúne Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano e Leonardo.

Depois que uma fã morreu no show de Swift no dia 17 no Engenhão, onde os termômetros registraram uma sensação térmica de 60°C, o Ministério da Justiça sancionou medida provisória que autoriza a entrada de garrafas de água em shows. Antes disso, elas eram proibidas.

Os cantores Xororó, Zezé di Camargo e Luciano e Chitãozinho no show dos Amigos no Allianz Parque, em São Paulo
Os cantores Xororó, Zezé di Camargo e Luciano e Chitãozinho no show dos Amigos no Allianz Parque, em São Paulo - Ronny Santos/Folhapress

No Primavera Sound, que acontece até este domingo (3) no Autódromo de Interlagos, a organização distribuiu na entrada garrafas de água flexíveis, conhecidas como squeezes. Havia também pontos onde era possível se hidratar. O festival é feito pela Time for Fun, conhecida como T4F —mesma empresa por trás dos shows de Swift no Brasil.

"É permitida a entrada com copos de água plásticos descartáveis e de garrafas de água plásticas flexíveis lacradas. Teremos três 'ilhas' de distribuição gratuita de água, além de equipes realizando distribuição nas entradas e nas barricadas de todos os palcos. Haverá também 36 bebedouros", disse a organização do evento em nota.

No evento de Ludmilla, que tomou o Centro Esportivo Tietê, também havia distribuição gratuita de água. Bastava pedir a um ambulante ou nos bares onde as outras bebidas eram vendidas.

No entanto, no Allianz Parque, onde se apresentam os Amigos, seguranças impediram a entrada de garrafas de água. A produção disse que água seria distribuída gratuitamente no estádio. A reportagem identificou a distribuição, mas apenas próximo das grades, onde costumam ficar os fãs que chegam chegam cedo e passam horas na fila para conquistar um bom lugar.

Havia bebedouros espalhados embaixo das arquibancadas. O estádio diz que são 32 unidades, em atendimento à legislação referente a jogos de futebol, isto é, que antecede os shows de Swift. Quem quisesse se hidratar gratuitamente precisava se ausentar da apresentação por alguns minutos e se dirigir até os bebedouros.

A reportagem não identificou ilhas de hidratação na arena. Nos bares, copos de água eram vendidos por R$ 8. No início da terceira parte do show, no entanto, parte dos vendedores que atravessavam a pista já não tinham mais água disponível para vender. Havia apenas cerveja.

Os funcionários que controlavam a entrada disseram que as as garrafas eram contra a política de segurança do estádio. A Peeb, produtora do show, encaminhou à reportagem vídeos que mostram a distribuição de copos de água para a plateia que estava nas grades.

Disse ainda que a entrada de garrafas foi barrada pela Polícia Militar. "[Há uma lei que veda] o ingresso de garrafas e vasilhames, bem como copos de vidro e qualquer outro material que possa provocar ferimentos no público. É com base nesta resolução que a PM não permitiu a liberação de garrafas de água no evento de hoje. Em resumo, apenas seguimos a ordem do comando da PM."

A decisão de que shows devem oferecer água gratuita e "ilhas de hidratação" foi de Flávio Dino, ministro da Justiça. "A partir de hoje, por determinação da Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça, será permitida a entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado, em espetáculos", disse ele à época das apresentações de Swift. "A medida vale imediatamente. A Secretaria Nacional do Consumidor tomará as providências cabíveis para a fiscalização."

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