Amigos fazem do Allianz Parque um templo do sertanejo em despedida

Leonardo e as duplas Chitãozinho e Xororó e Zezé Di Camargo e Luciano transformaram estádio em um karaokê a céu aberto

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São Paulo

"A última oportunidade de ver os Amigos juntos." A mensagem que reverberava no Allianz Parque, em São Paulo, prometia à plateia que a noite deste sábado (2) seria uma das últimas oportunidades de ver Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano e Leonardo juntos em cima de um palco.

Era a deixa para que a plateia começasse a gritar e recebesse com aplausos os cinco cantores, símbolos incontornáveis da música sertaneja desde a década de 1980, que subiram ao palco por volta das 20h20, com 20 minutos de atraso.

 Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó e Leonardo no show dos Amigos no Allianz Parque
Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó e Leonardo no show dos Amigos no Allianz Parque - Ronny Santos/Folhapress

Para dar início à apresentação, que estava sendo gravada para ser exibida em um especial de Natal da Globo no dia 11, o quinteto fez um medley com seus principais sucessos. Xororó puxou "Sinônimos", de sua dupla com Chitãozinho. A faixa foi acompanhada por "Pensa em Mim", de Leandro, que fazia dupla com Leonardo, antes de sua morte, em 1998, e "É o Amor", de Zezé Di Camargo e Luciano.

Foi sem dúvidas uma maneira de começar a apresentação com o pé direito e conquistar coros de cada um dos 45 mil presentes no estádio. Mas no medley, é claro, as canções acabaram cortadas pela metade. Foi também, portanto, uma abertura que desperdiçou o potencial dos hits. Se fossem cantados na íntegra, talvez eles tivessem empolgado ainda mais a plateia.

Mas os Amigos sabiam que não dependiam só dessas canções. Depois do medley, eles cantaram juntos "Pense em Mim", de Leandro e Leonardo, e "Pode Ser para Valer", de Chitãozinho e Xororó. Continuaram acompanhados pela plateia a plenos pulmões.

Depois, começaram a se revezar no palco. Primeiro, Leonardo ficou sozinho para cantar "Entre Tapas e Beijos". Em seguida, deu lugar a Zezé e Luciano, que apresentaram "Sonho de Amor. Por fim, as portas foram abertas para Chitãozinho e Xororó, que entraram com "Fio de Cabelo".

Assim a apresentação seguiu por cerca de três horas, com momentos que destacavam os artistas individualmente e os que os potencializavam por meio de sua união, que começou com um show beneficente em São Caetano do Sul para 100 mil pessoas, em 1995, e se tornou um programa da Globo, onde eles recebiam convidados, conversavam e cantavam.

Entre as idas e e vindas neste sábado, chamava a atenção a estrutura do palco, que não deixou nada a dever às apresentações de artistas internacionais no país, com cinco telões que se dividiam entre exibir cenas da carreira do quinteto ou a projeção dos rostos de cada um dentro de estrelas cor-de-rosa.

Impressionou mesmo, no entanto, o ritmo frenético do show. A plateia teve gogó suficiente para cantar e dançar sem parar uma setlist de quase 50 músicas. Talvez ajudasse o fato de nenhuma delas fazer parte do lado B da discografia de nenhum dos artistas. Eram todas hits consagrados.

A voz de Zezé, que teve um cisto nas cordas vocais há cerca de 15 anos, não deixou a desejar durante a apresentação, mas o grande destaque, como de costume, foi para Xororó, que mantém sua potencial vocal intacta mesmo aos 66 anos, com mais de 50 deles dedicados aos palcos.

O show, com clima de karaokê, foi uma prova de que os Amigos, que voltam ao palco do Allianz Parque para a apresentação derradeira no dia 17 de dezembro, podem até estarem fazendo uma despedida de verdade, mas o público parece longe de aprender dizer adeus.

Amigos

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