Funcionários do Festival de Berlim criticam postura da organização sobre Gaza

Em carta aberta, profissionais demandam 'posição institucional mais firme' sobre o que chamam de 'ataque à vida palestina'

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São Paulo

Um grupo de funcionários do Festival Internacional de Cinema de Berlim publicou uma carta aberta, demandando um cessar-fogo em Gaza e pedindo que a liderança adote uma "posição institucional mais firme" diante do que a declaração chama de "atual ataque à vida palestina".

A carta, que foi publicada no Instagram na noite de segunda, trazia um link para um formulário a ser assinado por interessados. Era uma resposta a uma declaração dada pelo festival em 19 de janeiro sobre o conflito entre Israel e Hamas.

Troféus do Festival de Cinema de Berlim - Reuters

"Nossas condolências vão para todas as vítimas das crises humanitárias no Oriente Médio e em outros lugares", disseram os codiretores Mariëtte Rissenbeek e Carlo Chatrian, acrescentando que "mantemos uma posição firme contra todas as formas de discriminação e estamos comprometidos com a compreensão intercultural".

"Estamos dolorosamente cientes da dinâmica insuportável da inércia institucional no setor cultural na Alemanha e reconhecemos as atuais limitações impostas à liberdade de expressão. Queremos manter o festival e a nós mesmos num padrão mais elevado", diz o documento.

"Uma plataforma internacional como a Berlinale e nós, em nossos papéis como programadores, consultores, moderadores, facilitadores e mantenedores de espaços, ao lado de outros trabalhadores da Berlinale, podemos e devemos expressar nossa discordância com o atual ataque à vida palestina. Nós nos unimos a um movimento global de solidariedade para exigir um cessar-fogo imediato e pedir a libertação de todos os reféns."

Até agora, a carta foi assinada por 30 trabalhadores do festival, incluindo membros do comitê de seleção de suas várias seções, moderadores e responsáveis pelo contato com os convidados.

A carta afirma reconhecer que têm havido "tentativas isoladas e mínimas de criar espaços para o diálogo", mas complementa dizendo esperar que o programa do festival deste ano tivesse se envolvido "de forma mais ativa e discursiva com a urgência e a realidade do momento".

"Em vez disso, testemunhamos a ausência de iniciativas que convidem profissionais ou público para um espaço dedicado de discussão estruturado de maneira a permitir um encontro prolongado entre todos", escreve.

A Berlinale está promovendo um evento chamado TinyHouse durante o festival, onde os visitantes podem "ter um diálogo aberto sobre a guerra em Israel e Gaza", de acordo com o programa. O festival ocorre de 15 a 25 de fevereiro, e o TinyHouse estará aberto de 17 a 19 de fevereiro.

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