Corpo de Ziraldo, morto aos 91 anos, é velado por seus familiares, amigos e fãs

Cartunista, que revolucionou a literatura infantojuvenil e lutou contra a ditadura, morreu de falência de múltiplos órgãos

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Rio de Janeiro

Em velório aberto ao público, familiares e fãs prestaram suas últimas homenagens ao cartunista Ziraldo no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na zona sul da cidade. O criador do Menino Maluquinho morreu na tarde deste sábado, em sua casa, na capital fluminense.

No caixão, a bandeira do Flamengo, time de coração do mineiro. Ao lado, o boneco do Menino Maluquinho, e também um desenho do célebre personagem. Filha de Ziraldo, a cineasta Daniela Thomas falou sobre os últimos momentos do pai.

Amigos e familiares se despedem de Ziraldo, morto aos 91 anos - Carlos Santtos /Fotoarena/Folhapress

"Desde 2018 que ele estava acamado. Desde então, foi um declínio muito grande. Essa passagem dele é uma coisa que a gente até desejava para o alívio do sofrimento que ele estava tendo", disse.

Outra filha de Ziraldo, Fabrizia Alves Pinto afirmou que o pai teve papel importante na luta contra a ditadura militar.

"Ele é uma das pessoas que salvou o Brasil da ditadura. Ele ficou no Brasil para lutar com a pena. Com papel, com ideias pequenas e pérolas. Uma pessoa como essa não vai embora", disse ela, que falou ainda sobre o desejo de ter uma estátua no Rio de Janeiro em homenagem a seu pai.

"Eu quero muito que meu pai tenha uma estátua no Rio de Janeiro sentadinho do lado de Drummond [Carlos Drummond de Andrade], porque eles se amavam muito e eram muito amigos", disse, chorando.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que o cartunista terá todas as homenagens possíveis. "Ele tinha uma carioquice muito especial. Ele é de uma geração de mineiros que vem para o Rio mostrar todo o seu talento e se espalha para todo Brasil. Vê o Menino Maluquinho, ele tinha um quê de carioquinha", disse o prefeito à reportagem.

Sem especificar, Paes adiantou que levará o nome de Ziraldo a um projeto da rede municipal de educação. "Agora vamos levar o nome dele na nossa rede municipal, vou agora conversar com o Ferreirinha", afirmou, falando sobre o secretário de educação da cidade, Renan Ferreirinha.

Inicialmente, o velório estava marcado para acontecer na Associação Brasileira de Imprensa, no centro da cidade, mas a família decidiu pela troca do local. O enterro está marcado para 16h30 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na zona sul do Rio de Janeiro.

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