Morreu na tarde deste sábado, aos 68 anos, o cineasta Toni Venturi, em São Sebastião, no litoral de São Paulo, após se sentir mal enquanto nadava na praia.
Formado em cinema pela Universidade Ryerson, do Canadá, há 40 anos, Venturi dirigiu os longas de ficção "Latitude Zero", de 2002, "Cabra-Cega", de 2005, "Estamos Juntos", de 2011, e "A Comédia Divina", de 2017. Entre os documentários, dirigiu "O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes", premiado no festival É Tudo Verdade de 1997, e "Rita Cadillac – A Lady do Povo", de 2010.
O cineasta estava trabalhando em um documentário de nome "Uma História da Mídia", sobre a evolução dos meios de comunicação de massa, a produção de informação e as mídias digitais. O filme seria construído a partir de entrevistas com jornalistas e especialistas em comunicação e tinha como objetivo entender o contexto histórico, econômico e tecnológico que criou um mundo conectado à internet 24 horas por dia e como isso impacta a vida das pessoas.
O diretor foi presidente da Associação Paulista dos Cineastas em 2001. Em 2020, Venturi fez parte da comissão que selecionou o documentário "Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", de Bárbara Paz, para concorrer ao Oscar, junto com diretor de fotografia Lula Carvalho, os produtores Clelia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros e Renata Magalhães, e os cineastas Viviane Ferreira, e André Ristum.
Naquele ano, durante a gestão Jair Bolsonaro, pela primeira vez, o governo federal não teve nenhuma participação neste processo de escolha.
Ele deixa a mulher, a atriz Débora Duboc, e dois filhos, Theo e Otto. O velório será realizado nesta segunda, na Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, em São Paulo, das 13h às 20h. A cremação será realizada na terça-feira, ainda sem horário e local.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos que prestaram homenagem ao cineasta. "Sempre trabalhou por um cinema nacional forte, atuando para a organização e o desenvolvimento do nosso setor audiovisual e por um Brasil democrático, com cultura, consciência social e solidariedade. Meus sentimentos e solidariedade para seus familiares, em especial sua esposa, Débora e filhos Theo e Otto, amigos, colegas e admiradores", postou o presidente nas redes sociais.
"Despedimo-nos ontem de Toni Venturi, que nos deixou aos 68 anos. Cineasta brilhante, fortaleceu o cinema nacional e o audiovisual brasileiro. Sempre trabalhou para nossa cultura e democracia. Seus filmes são legados de sua genialidade e humanidade. Obrigado por tudo, Toni", escreveu a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
"Sem palavras para expressar a dor pela morte de Toni Venturi. Deixa um vácuo no coração dos amigos e uma filmografia vigorosa como poucas de nossa geração. Jamais agradecerei o bastante por seu engajamento na consolidação do É Tudo Verdade. Meus sentimentos a Débora, Otto e Theo", escreveu o cineasta Amir Labaki.
"É com grande tristeza que recebi a surpreendente noticia da passagem do meu querido amigo Toni Venturi, grande cineasta, diretor de vários filmes importantes, ativista em defesa da cidadania cultural e, sobretudo, um pessoa maravilhosa, solidária e afetuosa", disse o arquiteto e professor Nabil Bonduki.
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