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cinema

Mostra de 'Harry Potter' desafia a longevidade do sucesso de seus filmes

Exposição que vai ocupar a Oca, no Ibirapuera, a partir de agosto, ainda encara o cancelamento da autora J. K. Rowling

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Nova York

Esqueça as vassouras. São necessários apenas alguns passos a partir do Empire State, na ilha de Manhattan, para cruzar as fronteiras entre o nosso mundo e o dos bruxos e adentrar a exposição "Harry Potter: The Exhibition", que tem a sua estreia internacional em São Paulo, em agosto.

A Câmara Secreta, cenário da série 'Harry Potter', na exposição 'Harry Potter: The Exhibition'
A Câmara Secreta, cenário da série 'Harry Potter', na exposição 'Harry Potter: The Exhibition' - Etienne Jeanneret/Divulgação

A mostra, se por um lado pode ser apenas um passeio divertido, por outro lembra como fazer e ver filmes era mais divertido no passado recente. Hoje, Hollywood não tem mais usado nem os clássicos fundos verdes, que foram substituídos por telões imensos e de alta definição com os quais os produtores se contentam para os cenários de seus filmes.

"Harry Potter", que teve seu primeiro filme lançado em 2001, veio antes disso. Numa sala que simula o salão principal do castelo de Hogwarts, a exposição conta que, no primeiro filme, os produtores usaram cerca de 400 velas reais, todas acesas, para iluminar as centenas de atores que se sentavam às mesas que dividem os estudantes bruxos em quatro casas —Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal.

A mostra, com 25 ambientes que recriam os cenários dos filmes, mobiliados com varinhas, figurinos, criaturas e demais adereços vindos dos estúdios, também revela que criaturas mágicas como os dragões ou as mandrágoras —as plantas que choram aos berros ao serem retiradas da terra— não eram feitos por computador, com o chamado "CGI".

Eram todos animatrônicos, uma espécie de robô que funciona por controles remotos. Eles são bem mais difíceis e caros de serem produzidos, capazes de voar ou até de cuspir fogo, mas também parecem muito mais críveis nas telas. Eles são feitos à mão, afinal.

Mistura de um grifo com uma águia, o hipogrifo Bicuço, criatura importante do folclore da série, teve nada menos do que 30 mil penas reais adicionadas à escultura de seu corpo para a gravação da maioria das cenas de "O Prisioneiro de Azkaban", o terceiro filme da franquia, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón.

Cinema à parte, a exposição ainda indica estar restrito a algumas bolhas da internet o cancelamento de J. K. Rowling, a autora de "Harry Potter", que faz comentários vistos como transfóbicos.

Em Nova York, numa manhã de uma quarta-feira qualquer, quando este repórter visitou a mostra, havia centenas de crianças, adolescentes, jovens e até os mais velhos disputando selfies com objetos dos oito filmes da franquia e seus derivados, como "Animais Fantásticos" e a peça "Harry Potter and the Cursed Child".

Os brasileiros não parecem diferentes. Há um motivo para a mostra ter a sua estreia internacional no Brasil. Segundo a Imagine Exhibitions, a empresa por trás da iniciativa, o Brasil é o terceiro país onde os livros da série mais são vendidos, atrás só dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Em 2020, quando Rowling virou persona non grata, ela também foi a autora mais bem-sucedida do ano no Brasil, com meio milhão de livros vendidos, segundo a Nielsen, empresa especializada em pesquisa de mercado, mesmo mais de uma década após o lançamento do último volume da série, "Harry Potter e as Relíquias da Morte".

"Harry Potter" ainda vai ganhar um remake em uma série, que deve ter sete temporadas, uma dedicada a cada volume da saga literária, com previsão de estreia para 2026 no MAX. Em paralelo, a peça "Cursed Child" expande seus horizontes com uma turnê pelos Estados Unidos. Talvez o feitiço do menino bruxo seja mesmo potente.

O jornalista viajou a convite da exposição

Harry Potter: The Exhibition

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