DA REUTERS

Se tiver que repassar recursos ao PIS/Pasep e ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não terá como devolver ao governo federal os R$ 130 bilhões aguardados em 2018, afirmou o diretor do banco Carlos Thadeu de Freitas.

Segundo ele, o BNDES tem a repassar esse ano cerca de R$ 70 bilhões ao FAT e ao PIS/Pasep. "A devolução ao FAT é uma decisão institucional e, no caso do PIS/Pasep, depende do volume de saques que até agora está baixo", disse.

"Se tiver que R$ 70 bilhões fica praticamente impossível retornar mais R$ 130 bilhões ao governo federal", complementou.

Nos governos do PT, o Tesouro injetou mais de R$ 500 bilhões no BNDES. Em 2016, o banco de fomento devolveu mais de R$ 100 bilhões e, no ano passado, cerca de R$ 50 bilhões.

Recentemente, projeção do Banco Central apontou que a dívida do setor público pode chegar a perto de 80% do PIB, caso não ocorra a devolução dos R$ 130 bilhões neste ano. Com o pagamento integral, a relação seria de 78% do PIB.

Freitas disse que ainda é cedo para se afirmar que o banco vai conseguir atender a demanda do governo. Segundo ele, será preciso acompanhar de perto o ritmo da economia e como isso vai se refletir nos pedidos de empréstimos no banco.

"Em 2017, os desembolsos ficaram em cerca de R$ 75 bilhões. A expectativa para 2018 é de concessões de R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões. Ou seja, vamos precisar de mais dinheiro", disse.

Outra variável apontada por Thadeu são as condições de funding (captação de recursos para investimento), com o BNDES se esforçando para diversificar suas fontes de financiamento, inclusive com organismos multilaterais.

Uma decisão final só deve ser tomada no segundo semestre, disse Freitas.

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