China alerta EUA que irá defender seus próprios interesses comerciais

A tensão comercial entre os países se inflamou nesta semana e afetou o mercado global

O presidente americano Donald Trump revelou planos, na quinta-feira (22), de impor tarifas de até US$ 60 bilhões sobre importações da China
O presidente americano Donald Trump revelou planos, na quinta-feira (22), de impor tarifas de até US$ 60 bilhões sobre importações da China - Mandel Ngan/AFP
Pequim | Reuters

Os Estados Unidos desrespeitaram as regras comerciais com uma investigação sobre propriedade intelectual, e a China defenderá seus interesses, disse o vice-primeiro ministro Liu He ao Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em uma ligação telefônica neste sábado (24), informou a mídia estatal chinesa.

O telefonema entre Mnuchin e Liu, um confidente do presidente Xi Jinping, foi o contato de mais alto nível entre os dois governos desde que o presidente dos EUA Donald Trump anunciou planos para tarifas de até US$ 60 bilhões em produtos chineses na quinta-feira (22)

Um agravamento das diferenças têm provocado turbulências nos mercados financeiros e no mundo corporativo, com os investidores prevendo terríveis consequências para a economia global caso as barreiras comerciais comecem a ser levantadas.

Em seu telefonema com Mnuchin, Liu, um economista formado em Harvard, disse que a China ainda espera que os dois lados permaneçam "racionais" e trabalhem juntos para manter as relações comerciais estáveis, informou a agência oficial de notícias Xinhua.

Autoridades dos EUA dizem que uma investigação de oito meses sob a Lei de Comércio dos EUA de 1974 descobriu que a China se envolve em práticas comerciais desleais, forçando os investidores americanos a entregar as principais tecnologias para as empresas chinesas.

No entanto, Liu disse que o relatório investigativo "viola as regras do comércio internacional e não beneficia os interesses chineses, os interesses dos EUA ou os interesses globais", segundo a Xinhua.

APPLE

Diversos chefes executivos dos EUA, que participaram de um fórum de alto nível em Pequim neste sábado, incluindo Larry Fink, da BlackRock Inc., e Tim Cookpresidente-executivo da Apple, Tim Cook, pediram moderação.

"Estou ciente de que, tanto nos EUA quanto na China, houve casos em que todos não se beneficiaram, onde o benefício não foi equilibrado", disse Cook

​A disputa colocou um holofotes sobre fabricantes de hardware como a Apple, que montam a maioria de seus produtos na China para exportar para outros países. Produtos elétricos e de tecnologia são o maior item de importação dos EUA da China.

As tensões comerciais entre China e EUA se inflamaram nesta semana quando o presidente Donald Trump revelou planos, na quinta-feira, de impor tarifas de até 60 bilhões de dólares sobre importações da China.

O Ministério do Comércio da China disse na sexta-feira não temer uma guerra comercial.

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