Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal juros

Caixa reduz juros para financiar casa própria, primeiro corte desde 2016

Banco aumentou de 50% para 70% a cota de financiamento do imóvel usado

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Feirão da Caixa em São Paulo
Feirão da Caixa em São Paulo - Rivaldo Gomes - 6.abr.16/Folhapress
 
Natália Portinari
São Paulo

​​A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta segunda-feira (16), uma redução na taxa de juros para financiar a casa própria. É o primeiro corte anunciado pelo banco desde novembro de 2016, ou seja, em 17 meses. O banco também voltou a financiar até 70% do valor de imóveis usados; o limite estava em 50%.

O corte dos juros vale para financiamentos usando recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). As novas taxas começam a valer a partir desta segunda-feira. 

As taxas mínimas da Caixa na linha do SBPE caíram de 10,25% ao ano para 9% ao ano para imóveis de até R$ 950 mil no Distrito Federal, em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Para os demais estados, o limite é de R$ 800 mil. Já para imóveis acima desses valores, as taxas mínimas caíram de 11,25% ao ano para 10%.

O Banco do Brasil oferece, respectivamente, taxas de 9,24% ao ano e 10,15% ao ano para as categorias de empréstimo citadas acima. No Itaú, é de 9% e 9,5%. 

Com a mudança, a Caixa se torna a instituição bancária com a melhor opção de taxa para o consumidor. Itaú e Bradesco empatam em segundo lugar, segundo a consultoria Melhor Taxa.

Capitalização

A redução vem com atraso em relação aos concorrentes privados, que começaram a reduzir as taxas à medida que o Banco Central cortou a Selic, taxa básica de juros da economia. Entre os maiores bancos do país, a Caixa era a única que ainda cobrava juros de dois dígitos no crédito imobiliário.

Com os níveis de capital enfraquecidos após anos de fortes desembolsos de crédito num país em recessão, a Caixa luta para elevar seus níveis de patrimônio líquido, à medida que se prepara para exigências de capitalização mais rígidas em 2019.

Como consequência, a carteira de crédito da Caixa fechou 2017 com retração de 0,4%. Para 2018, a previsão do banco é de estabilidade.

"A Caixa estava praticando as taxas mais caras do mercado. No ano passado, o banco estava se debatendo para conseguir resolver sua capitalização e não conseguiu liberar crédito para o consumidor", diz Alberto Ajzental, professor de mercado imobiliário da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Imóveis usados

Além da redução de juros, a Caixa aumentou o limite para financiar imóveis usados de 50% para 70%. O banco também retomou o financiamento de operações de interveniente quitante (imóveis com produção financiada por outros bancos) com cota de até 70%.

A Caixa informou, ainda, que possui R$ 82,1 bilhões para o crédito habitacional para 2018.

“O objetivo da redução é oferecer as melhores condições para os nossos clientes, além de contribuir para o aquecimento do mercado imobiliário e suas cadeias produtivas”, diz Nelson Antônio de Souza, presidente do banco, em nota.

Caixa perde liderança

Apesar de ainda concentrar 69% dos financiamentos imobiliários no país, a participação da Caixa neste segmento diminuiu, segundo dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Em novembro de 2017, a Caixa perdeu a liderança no financiamento com recursos da poupança, que detinha até o mês anterior. A instituição que mais emprestou na linha SBPE naquele mês foi o Itaú, seguido do Santander, Bradesco e, em quarto lugar, a Caixa.

Em fevereiro deste ano, o banco ficou em segundo lugar, direcionando R$ 783 milhões para esse tipo de financiamento imobiliário, só atrás do Bradesco, com R$ 1 bilhão. Todos os empréstimos da linha somaram R$ 43,1 bilhões em 2017.

Segundo Ajzental, com o corte de juros, a Caixa deve recuperar sua posição. "Agora, o banco alinhou seus juros ao preço de mercado. Ao subir para 70% o que empresta para os imóveis usados, ajuda a movimentar o mercado, inclusive porque há quem venda um usado para comprar um novo."

Procurados, os quatro grandes bancos privados não responderam se estudam uma redução maior em suas taxas de juros de financiamento.

"O Banco do Brasil monitora constantemente os movimentos do mercado e procura sempre oferecer as melhores condições aos seus clientes", diz o Banco do Brasil em nota.

O Itaú afirma que "já oferece taxas competitivas". " O banco reforça ainda que, ao longo dos últimos anos, já realizou diversas reduções de taxas para oferecer as melhores condições aos clientes."

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