Disputa por Eletropaulo se acirra, e Neoenergia cobre oferta da Enel

A Eletropaulo cedeu a um questionamento da empresa italiana para elevar competição

Rede de alta tensão da Eletropaulo
Rede de alta tensão da Eletropaulo - Apu Gomes/Folhapress
São Paulo | Reuters

A disputa pela compra da Eletropaulo se acirrou nesta quarta-feira (25). Depois de a Enel ter aumentado a sua oferta para R$ 32 por ação para a compra da Eletropaulo, a  Neoenergia  acaba de anunciar que cobriu a oferta da concorrente italiana.

Em fato relevante comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) agora há pouco, a companhia informou que elevou o preço anterior para R$ 32,10.

Ainda nesta noite (25), a espanhola Iberdrola , que controla a Neoenergia, fez uma queixa da atuação da Enel à Comissão Europeia. 

Ao colocar a primeira proposta, a Enel apresentou uma condição: a Eletropaulo deveria cancelar uma oferta pública de distribuição de ações, que havia sido acordada com a Neoenergia, principal concorrente da Enel na disputa. Caso não houvesse o cancelamento, a italiana sairia da competição. 

A condição foi aceita pela distribuidora, que decidiu suspender a emissão, em reunião realizada nesta quarta. "Diante do fato novo ocorrido, constituído pela proposta mais favorável da Enel, o Conselho de Administração entendeu que o cancelamento da Oferta Restrita permitirá a melhor evolução da competitividade entre as ofertas públicas para aquisição de ações", diz a ata. 

O leilão da companhia está previsto para o dia 18 de maio, na B3, em São Paulo. 

A expectativa é que, até lá, continue a escalada de ofertas das concorrentes. Até agora, fizeram lances a Enel, a Neoenergia (controlada pela espanhola Iberdrola) e a Energisa.

A Neoenergia se irritou com o questionamento levantado pela Enel  —as empresas disputam posição em diversos países do mundo. 

Quem vencer a concorrência pela compra da Eletropaulo deverá se consolidar como líder em distribuição de eletricidade no Brasil, posto hoje ocupado pela CPFL, comprada pela chinesa State Grid.

A disputa beneficia também o governo federal, que detém cerca de 26% do capital da Eletropaulo, por meio de investimentos diretos da União e do BNDES. A companhia americana AES é dona de 16,84% do capital da empresa.

 

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