Membro do conselho do Facebook, o fundador da Netflix não poupou elogios a Mark Zuckerberg, durante evento na semana passada, mas admitiu que a rede social está tentando crescer de forma muito rápida.
“Mark é um ser humano fantástico, primeira classe. Ele está liderando o comando para consertar o Facebook, ele está bem entusiasmado com isto”, disse Reed Hastings, presiente-executivo da Netflix, durante a conferência TED, antes de reconhecer que o site não está sendo criticado de “forma completamente injusta”.
“Essas plataformas sociais, seja Facebook ou YouTube, estão claramente tentando crescer de forma rápida. A gente vê isso com todas as novas tecnologias”, continuou, citando os medos que vieram com a chegada da TV e as profecias de que iria apodrecer a mente de todos. “No fim, todo o mundo ficou bem, houve alguns ajustes. E, nas mídias sociais, estamos ainda descobrindo.”
Outro membro do conselho do site é o investidor Peter Thiel, polêmico por seu apoio público ao presidente Donald Trump. Hastings chegou a criticar Thiel na época da campanha presidencial e considerou sua retirada do conselho, mas Zuckerberg afirmou que diversidade política fazia bem ao grupo.
Hastings criou o Netflix há 20 anos, primeiro como uma plataforma de aluguel de DVDs e depois como site de streaming. Ele disse que foi “assustador” mudar seu tipo de negócio e apostar todas suas fichas em conteúdo original, como foi o caso de “House of Cards”, em 2013, um investimento de US$ 100 milhões.
“Nascemos em DVD e sabíamos que seria temporário. Havia uma paranoia do que seria o próximo passo”, disse o fundador, que gosta de comparar a cultura de sua empresa como “anti-Apple”.
“Todo o mundo tem acesso a todas as informações, não é como na Apple, onde eles dividem em compartimentos.”
Quando o Netflix fez seu IPO, em 2002, tinha 600 mil assinantes, contra os mais de 100 milhões que tem hoje. Para 2018, a empresa quer investir US$ 8 bilhões em conteúdo, incluindo cinco produções brasileiras.
Hastings foi professor de matemática e serviu o grupo de trabalho voluntário Peace Corps antes de virar empreendedor. Agora bilionário, ele é ativista no sistema educacional da Califórnia e já doou algumas centenas de milhões de dólares para campanhas políticas do setor e escolas.
“Por um tempo curto eu tentei fazer política por tempo integral, mas não deu muito certo”, disse. “O que eu amo mesmo é negócio, amo competir. Amo ir atrás da Disney e da HBO.”
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