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Fundador da Netflix critica Facebook por crescer rápido e diz ser anti-Apple

Hastings é ativista da educação na Califórnia e doou centenas de milhões de dólares para a causa

TED Conferences, LLC
Reed Hastings, da Netflix, na TED, em Vancouver (Canadá) - Ryan Lash/Divulgação/TED
Fernanda Ezabella
Vancouver (Canadá)

Membro do conselho do Facebook, o fundador da Netflix não poupou elogios a Mark Zuckerberg, durante evento na semana passada, mas admitiu que a rede social está tentando crescer de forma muito rápida.
“Mark é um ser humano fantástico, primeira classe. Ele está liderando o comando para consertar o Facebook, ele está bem entusiasmado com isto”, disse Reed Hastings, presiente-executivo da Netflix, durante a conferência TED, antes de reconhecer que o site não está sendo criticado de “forma completamente injusta”.

“Essas plataformas sociais, seja Facebook ou YouTube, estão claramente tentando crescer de forma rápida. A gente vê isso com todas as novas tecnologias”, continuou, citando os medos que vieram com a chegada da TV e as profecias de que iria apodrecer a mente de todos. “No fim, todo o mundo ficou bem, houve alguns ajustes. E, nas mídias sociais, estamos ainda descobrindo.”

Outro membro do conselho do site é o investidor Peter Thiel, polêmico por seu apoio público ao presidente Donald Trump. Hastings chegou a criticar Thiel na época da campanha presidencial e considerou sua retirada do conselho, mas Zuckerberg afirmou que diversidade política fazia bem ao grupo. 

Hastings criou o Netflix há 20 anos, primeiro como uma plataforma de aluguel de DVDs e depois como site de streaming. Ele disse que foi “assustador” mudar seu tipo de negócio e apostar todas suas fichas em conteúdo original, como foi o caso de “House of Cards”, em 2013, um investimento de US$ 100 milhões.

“Nascemos em DVD e sabíamos que seria temporário. Havia uma paranoia do que seria o próximo passo”, disse o fundador, que gosta de comparar a cultura de sua empresa como “anti-Apple”. 

“Todo o mundo tem acesso a todas as informações, não é como na Apple, onde eles dividem em compartimentos.” 

Quando o Netflix fez seu IPO, em 2002, tinha 600 mil assinantes, contra os mais de 100 milhões que tem hoje. Para 2018, a empresa quer investir US$ 8 bilhões em conteúdo, incluindo cinco produções brasileiras.

Hastings foi professor de matemática e serviu o grupo de trabalho voluntário Peace Corps antes de virar empreendedor. Agora bilionário, ele é ativista no sistema educacional da Califórnia e já doou algumas centenas de milhões de dólares para campanhas políticas do setor e escolas. 

“Por um tempo curto eu tentei fazer política por tempo integral, mas não deu muito certo”, disse. “O que eu amo mesmo é negócio, amo competir. Amo ir atrás da Disney e da HBO.”

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