Filipe Oliveira
São Paulo

A Playboy não vai mais circular em bancas de jornal no Brasil.

A revista, que vinha sendo impressa trimestralmente, passará a ter apenas uma edição anual, vendida a partir da internet.

Em nota, a PBB Editora, que edita a revista desde 2016, diz que irá direcionar o trabalho com a marca para outras frentes.

Tabata Pitol, diretora de redação da Playboy, disse à Folha que a revista passará a priorizar a produção de conteúdos digitais para seu site e para redes sociais.

A revista, destinada a  colecionadores, será impressa sob demanda e trará o melhor publicado na internet durante o ano e conteúdos exclusivos, diz Pitol.

A última edição da Playboy foi publicada em 29 de dezembro e teve circulação de 15 mil exemplares. Trazia na capa uma matéria especial sobre as coelhinhas da Playboy e reportagem homenageando Hugh Hefner, idealizador da revista, morto em setembro.

“A Playboy é uma marca com várias décadas, mas também é uma marca dos tempos atuais. O mercado de revistas impressas atravessa uma crise sem precedentes ao redor do mundo e necessita de uma readequação ao mundo digital junto aos leitores e anunciantes", disse em nota Marcos de Abreu, presidente da marca no Brasil.

Ao assumir a Playboy, a PBB prometeu que buscaria valorizar a mulher nas imagens publicadas e em suas atitudes em relação a elas.

Em comunicado da época, afirmava que, na nova Playboy, a mulher não será objeto de nudez, terá voz na revista e suas histórias de vida serão valorizadas. 

A editora também decidiu não pagar cachê para as fotografadas, argumentand que a nudez não deve ser comprada.

A Playboy foi publicada pela editora Abril de 1975 até  o final de 2015. Nos primeiros 3 anos, adotou o nome Revista do Homem, devido a restrições impostas pela ditadura.

Em novembro daquele ano, a editora decidiu deixar de publicar a revista, junto a outros títulos. Um dos principais motivos para a escolha foi o gasto com pagamento de royalties pelo uso da marca à Playboy Enterprises, que publica a versão americana da revista e detém os direitos sobre a marca.

Impulsionada por ensaios de personalidades da televisão, a revista teve suas edições de maior vendagem nos anos 1990. Foram 1,247 milhão de exemplares em sua edição de maior sucesso, que trouxe Joana Prado, a Feiticeira, em capa de 1999.

Já em agosto de 2015, a revista viu suas vendas caírem 31,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, chegando à marca de 79.163 exemplares. 

A revista foi relançada pela PBB em abril de 2016, trazendo a atriz Luana Piovani na capa.

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