Com paralisação, mercado prevê PIB menor e inflação maior para 2018

Ministro da Fazenda diz que impacto é relevante, mas governo mantém projeção de 2,5% para o PIB

São Paulo | Reuters

O mercado reduziu com força sua projeção de crescimento da economia brasileira neste ano depois de uma semana de paralisação de caminhoneiros no país que afetou o abastecimento, ao mesmo tempo em que passou a ver a inflação mais alta.

Segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (28), a mediana das estimativas para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) caiu a 2,37% na semana passada, sobre 2,5% antes, na quarta semana de queda. Para 2019, permaneceu a expectativa de crescimento de 3%

A paralisação dos caminhoneiros entrou no oitavo dia nesta segunda apesar do anúncio na noite passada pelo presidente Michel Temer de uma série de medidas para atender demandas da categoria. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que o movimento está tendo impacto relevante na atividade econômica, mas que o governo mantinha a previsão de crescimento de 2,5%.

Com o movimento provocando falta de combustível e escassez de alimentos, além de outros insumos, a projeção para a alta do IPCA também subiu no Focus. A expectativa agora é de que a inflação termine o ano a 3,60%, 0,10 ponto percentual a mais do que na semana anterior. Para o ano que vem o cálculo é de inflação de 4%, sobre 4,01% antes.

Para o dólar, a projeção para o final de 2018 também voltou a subir, pela sexta vez seguida, e chegou a R$ 3,48, contra R$ 3,43 na semana anterior.

Os especialistas consultados ainda ajustaram suas projeções para a taxa básica de juros após a manutenção em 6,5%, vendo-a nesse patamar ao final do ano e 8% em 2019.

Na semana passada, o BC deixou claro que sabia que pegaria os agentes econômicos de surpresa ao manter a Selic, mas descartou que o peso dado ao fator cambial em sua decisão fosse uma reação mecânica à disparada da moeda norte-americana e que os choques externos devem ser combatidos apenas diante impacto secundário que podem ter na inflação. A aposta majoritária no mercado era de nova redução da Selic.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a taxa básica a 6,5% neste ano mas elevou a conta para o ano que vem a 8%, frente a 7,5% antes.

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