Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Paralisação faz Alckmin cancelar agenda de presidenciável

Incerteza sobre o rumo do movimento leva pré-campanha a discutir qual melhor discurso a ser adotado

Geraldo Alckmin em evento em Brasilia, nesta quarta (23) - REUTERS
Igor Gielow
São Paulo

O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou sua agenda de pré-campanha nesta sexta (25) e neste sábado (26) devido ao movimento dos caminhoneiros. O tucano iria para Rondônia e Mato Grosso do Sul, mas desistiu na noite de quinta (24).

O motivo é duplo. Do ponto de vista de exposição à mídia, seria um desperdício de recursos falar da pré-campanha enquanto o noticiário está dominado pelos efeitos cumulativos da paralisação nas estradas. Mais importante, contudo, é a necessidade de o pré-candidato modular o discurso para enfrentar o ainda incerto rumo do movimento.

Na cúpula tucana, há defensores de que a greve não é greve, e sim simplesmente um locaute —quando há um conluio entre empregadores e trabalhadores para obter vantagens na negociação, em detrimento do público. Outros identificam que há elementos autônomos no movimento, o que dificulta uma definição precisa do que está ocorrendo.

De uma forma ou de outra, a necessidade do desbloqueio das rodovias para permitir quem quer trabalhar de seguir em frente parece ser um consenso na sigla —todos lembram que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) só dobrou um movimento similar em 1999 quando ameaçou usar as Forças Armadas na missão.

Até aqui, Alckmin criticou a condução da crise pelo Palácio do Planalto, indicando que os caminhoneiros já alertavam o governo sobre a iminência do movimento. O tucano defendeu a permanência do presidente da Petrobras, Pedro Parente, no cargo, mas afirmou que algum mecanismo para aliviar o impacto da variação do preço do diesel na bomba poderia ser estudado.

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