A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (11) o pré-pagamento de US$ 900 milhões em dívidas bancárias. Apenas em 2018, a estatal já antecipou o pagamento ou o resgate de US$ 15 bilhões em dívida e títulos.
As operações fazem parte de estratégia para tentar reduzir o endividamento da companhia usando recursos obtidos com a venda de ativos, que já renderam US$ 11,5 bilhões.
O esforço permitiu à empresa reduzir a concentração de vencimentos entre 2018 e 2019, fato que chegou a gerar boatos em 2015 sobre necessidade de aporte federal para evitar calotes.
Em 2014, metade da dívida da empresa, ou US$ 48 bilhões, tinham vencimento até o fim da década. Agora, são US$ 11,1 bilhões.
“Já estamos nos antecipando e avaliando a concentração em 2022 e 2023”, disse a gerente executiva de Finanças da companhia Bianca Nasser.
Do total pago nesta sexta, US$ 600 milhões eram com o JP Morgan, com vencimento em 2022, e US$ 300 milhões, com o Banco Safra, vencendo em 2023.
Em seu plano de negócios, a Petrobras tem como meta atingir ao final de 2018 um indicador de dívida líquida sobre geração de caixa medida pelo Ebitda inferior a 2,5 vezes. Ao fim do primeiro trimestre, eram 3,52 vezes.
O indicador mostra quantos anos de geração de caixa a companhia precisa para pagar toda a sua dívida, que somava US$ 81,4 bilhões ao fim do primeiro trimestre.
As operações de recompra, resgate antecipado ou troca de títulos por papeis mais longos ampliou o prazo médio da dívida da estatal para 9,26 anos, contra os 7,61 do mesmo período de 2017.
O processo de gestão da dívida teve início em 2016, primeiro com a troca de títulos por papéis mais longos. Naquele ano, a empresa captou US$ 17,7 bilhões com prazos mais longos e recomprou US$ 16,8 bilhões.
Em 2017, diz Nasser, a melhor percepção do mercado com relação à empresa permitiu a ampliação das operações. Foram US$ 23,7 bilhões em captações, US$ 25,8 bilhões em pré-pagamentos e resgates antecipados e US$ 10,6 bilhões em operações de alongamento de dívida.
Em 2018, a Petrobras captou US$ 6,2 bilhões e pagou antecipadamente US$ 15 bilhões, dos quais US$ 7,9 bilhões em dívidas e US$ 7,1 bilhões em recompra de títulos.
A executiva ressalta que a companhia tem hoje US$ 20 bilhões em caixa, o suficiente para pagar os vencimentos dos próximos três anos e para investir. Por isso, só vai a mercado se considerar boas as oportunidades.
"Estamos atuando apenas de forma oportunista, já que estamos trabalhando com muito conforto na gestão da dívida", afirma ela.
MAIS VALIOSA
Nesta quinta (10), a Petrobras retomou o posto de empresa mais valiosa da América Latina, desbancando a Ambev da posição que ocupava desde outubro de 2014.
Impulsionada pela valorização do petróleo nos últimos dias, a petrolífera atingiu R$ 358,9 bilhões em valor de mercado, segundo cálculos de Einar Rivero, da empresa de informações financeiras Economática.
Na terça (8) a petroleira anunciou lucro de R$ 6,96 bilhões no primeiro trimestre de 2018, alta de 56,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
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