Itaú e PayPal fazem parceria em comércio eletrônico

Cliente do banco que ainda não tem conta no sistema de pagamento online terá esse acesso facilitado

Ana Paula Ragazzi
São Paulo

Itaú, Rede e Paypal anunciaram nesta quarta (29) uma parceria no segmento de comércio eletrônico. Pelo acordo, o cliente Itaú que ainda não tem uma conta no Paypal terá esse acesso facilitado.

Em vez de preencher um cadastro, se ele desejar aderir ao PayPal, esses dados serão preenchidos automaticamente, a partir dos dados que ele já informou como cliente ao Itaú. O papel da Rede nesse acordo será aumentar a quantidade de seus clientes varejistas eletrônicos que aceitam o meio de pagamento PayPal.

Marcelo Kopel, diretor-executivo do Itaú Unibanco, afirmou que a parceria traz uma solução que amplia as possibilidades que os clientes do banco têm de usar meios de pagamento na internet com alguém que já tem credibilidade e tecnologia para tanto.

"O fato é que isso torna a vida dos nossos clientes muito mais simples para transações de ecommerce", afirmou Kopel. O Itaú, segundo ele, optou pela parceria e não pelo desenvolvimento de um sistema próprio, por conta do histórico de reconhecimento que o PayPal já tem no mercado. " Vamos ampliar o leque de opções para nossos clientes", disse.

Logo do Paypall
Cliente do Itaú que ainda não tem conta no sistema de pagamento online terá esse acesso facilitado - Amir Cohen/Reuters

O acordo foi discutido nos últimos meses e, segundo Paula Pachoal, diretora-geral do PayPal Brasil, ele garantirá rígidos padrões de segurança e melhores índices de aprovação das compras. O serviço estará disponível no último trimestre deste ano.

A parceria começa com foco nos clientes pessoa física e vai se estender por novos produtos nos próximos meses, mas os executivos não detalharam quais. A meta é que o acordo gere 1 milhão de novos clientes PayPal ativos em um prazo de dois anos. Hoje a PayPal tem 3,8 milhões de clientes pessoa física e atende 250 mil varejistas.

Os executivos também não informaram como será a divisão do faturamento nesse acordo. Segundo Kopel, a prioridade agora é construir o negócio e não dividir receitas. "Estamos focados em crescer juntos um negócio. Cada empresa será remunerada pelos seus esforços. E o sucesso aqui é o prêmio de construir o negócio. Quando chegarmos  a 1 milhão de clientes, vamos poder avaliar esse ponto de divisão de receitas", disse Kopel.

A parceria não prevê exclusividade. "Tivemos preferência dos dois lados. A ideia é que o Itaú tenha sempre preferência. Mas não limita que nenhum dos dois tenham outros parceiros", afirmou Paula, do PayPal. O PayPal anunciou parceria semelhante com o Banorte no México neste ano. 

Interoperabilidade

Paula informou ainda que a PayPal não fornecerá para o Itaú dados dos seus clientes varejistas. Esse tema tem sido relevante para empresas como o PayPal, que oferece um meio de pagamento alternativo, desde que o Banco Central, por meio da Consulta Pública 63, propôs mudanças nas regras de interoperabilidade entre as empresas de meios de pagamento. 

As empresas que são inovadoras no setor, não ligadas aos bancos, são contra as mudanças porque elas farão com que tenham que abrir para as bandeiras de cartão de crédito informações sobre seus clientes varejistas, que são consideradas estratégicas, entre outros pontos. " Essa questão, se haverá ou não mudança, ainda não foi definida pelo Banco Central. Aguardamos um posicionamento final da autoridade monetária sobre o assunto", disse a executiva.

Rede 

O faturamento da Rede com o ecommerce cresceu 24% no primeiro semestre de 2018 na comparação com igual intervalo de 2017. Marcos Magalhães, presidente da Rede, destacou que a empresa teve um crescimento acima da média do mercado, que é de 20%. O executivo também afirmou que nesse período a empresa ganhou 5 pontos percentuais de participação de mercado, sem divulgar qual é essa fatia. 

"A participação de mercado da Rede, como um todo é de 32,5%. A fatia do comércio eletrônico está abaixo disso. Mas nossa meta é que ela esteja no mesmo patamar acima de 30% até 2019", afirmou Magalhães.

CIP

Sobre o prazo dado pelo Banco Central para que as empresas que atuam como market places passam a fazer a liquidação de suas operações de forma centralizada na Câmara Interbancária de Pagamentos  (CIP), que termina em 28 de setembro, a Rede informou que está acompanhando a movimentação desses clientes e tentando apoiá-los do ponto de vistas de produtos.

"Podemoos oferecer desde as soluções tradicionais, de fazer o serviço de adquirência em nome do ecommercer", afirmou Rubens Fogli, diretor de negócios digitais da Rede. 

A empresa diz que tem tecnologia para fazer a liquidação tanto para o market place quanto para o vendedor que está dentro do  market place. A liquidação será obrigatória daqui a um mês para todo market place que tiver receitas superiores a R$ 500 milhões. Mas essas empresas também questionam a medida e alegam não estar preparadas para fazer esse procedimento.

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