Presidente de fundo de pensão da Petrobras deixa o cargo

Walter Mendes pediu para deixar a fundação após convite para assumir a presidência da Funcesp

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

A Petros, que administra a aposentadoria privada dos empregados da Petrobras, anunciou nesta quarta-feira (26) o desligamento do presidente da entidade, Walter Mendes, que assumiu há dois anos com a missão de equacionar o déficit de seu principal fundo de pensão.

Mendes pediu para deixar a fundação após convite para assumir a presidência da Funcesp, entidade que gere a aposentadoria de empresas do setor elétrico que atuam principalmente no estado de São Paulo.

Ele deixa a Petros em um momento de forte questionamento do plano que elaborou para equacionar o déficit do Plano Petros do Sistema Petrobras, o maior da entidade, que elevou a contribuição previdenciária dos empregados da estatal.

0
Prédio da sede da Petrobras no Rio de Janeiro - Sergio Moraes/Reuters

O plano de equacionamento foi anunciado em 2017, com o objetivo de cobrir um rombo de R$ 27,5 bilhões entre 2013 e 2015. O aumento das contribuições provocou uma enxurrada de liminares judiciais contra a cobrança.

Nesta segunda (24), por entidades sindicais se reuniram para propor um plano alternativo, alegando que os trabalhadores sofreram grande perda no poder aquisitivo. 

Mendes foi nomeado após um período de fortes críticas sobre ingerência política nos investimentos da fundação, com investimentos em projetos de interesse do governo, como a operadora de sondas de petróleo Sete Brasil, hoje em recuperação judicial.

Em nota, a Petros diz que, durante sua gestão, o executivo "desenvolveu um amplo trabalho de aprimoramento da governança e dos processos, destacadamente na área de investimentos".

Ele será substituído interinamente pelo diretor de investimentos da fundação, Daniel Lima, que acumulará os dois cargos.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.