Ecorodovias aprova afastamento de diretor-presidente após operação da PF

Agência de risco colocou nota da companhia em revisão para rebaixamento por Lava Jato

São Paulo | Reuters

O conselho de administração da Ecorodovias aceitou pedido de afastamento de Marcelino Rafart de Seras da função de diretor-presidente da companhia e qualquer função em suas controladas, informou a empresa de concessões de infraestrutura nesta quarta-feira (17), que será administrada pelos atuais diretores de maneira colegiada até nova deliberação.

A Ecorodovias disse que o afastamento se dá a pedido do executivo, para realçar o compromisso da companhia perante seus acionistas, o mercado e as autoridades competentes de dar continuidade, com o maior grau de independência, a todos os trabalhos de investigação interna necessários ou recomendáveis para apurar os fatos relacionados à operação da Lava Jato que investiga esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Paraná.

Marcelino Rafart de Seras, presidente da Ecorodovias
Marcelino Rafart de Seras, diretor-presidente da Ecorodovias - Karime Xavier/Folhapress

No fim de setembro, a agência de risco Moody's colocou em revisão para rebaixamento os ratings dos grupos de infraestrutura CCR  e Ecorodovias. O motivo foi a nova fase da Operação Lava Jato, denominada Integração 2, para apurar suspeitas de corrupção na concessão de rodovias federais no Paraná.

Dias antes da revisão da agência foram feitas buscas e apreensões de documentos na sede da CCR e na casa de executivos e ex-executivos da companhia. Também foram presos representantes das seis concessionárias que cobram pedágio nas rodovias federais do estado —que incluem empresas operadas pela CCR e pela Ecorodovias.

Sobre a Ecorodovias, a Moody's disse que as investigações afetam a reputação da empresa e podem resultar em aumento do risco de refinanciamento e em multas significativas. "Em junho de 2018, a empresa reportou uma posição de caixa consolidado de aproximadamente R$ 1,1 bilhão e vencimentos de curto prazo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Embora seja difícil prever a duração e o resultado dessas investigações, o processo de revisão focará no desenvolvimento das investigações e no potencial impacto na alavancagem e liquidez."

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