'É quando ninguém está olhando que a pessoa se joga da janela', diz dentista

Estudos mostram que mulheres são afetadas com maior frequência por transtornos psicológicos

Érica Fraga
São Paulo

“As pessoas acham que nunca vai acontecer com elas, mas acontece. E aí você precisa procurar ajuda, que te olhem, que conversem com você, por que é quando ninguém está olhando que a pessoa pula da janela.”

O depoimento é da dentista Bárbara Moreira Mendonça, 45, que nunca pensou que poderia ser vítima de depressão. Mas isso acabou ocorrendo após seu marido sofrer um acidente vascular cerebral há um ano e meio. 

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Maria Verônica Silva Ferreira, 58, teve uma crise de depressão há dez anos. "Eu comecei a correr e meu corpo parecia estar liberando uma coisa ruim", diz - Jardiel Carvalho/Folhapress

“No início fui forte, parei de trabalhar, cuidei dele, amparei nossos dois filhos.”

Mas, quando o marido começou a se recuperar, Bárbara se deu conta de que estava em depressão. Além de ajuda médica, ela tem se recuperado com o apoio da família e exercícios físicos.

A doméstica Maria Verônica Ferreira tem uma história parecida. Segundo ela, a atividade física intensa e o suporte familiar lhe tiraram de uma depressão profunda há dez anos.

“Eu comecei a correr e meu corpo parecia estar liberando uma coisa ruim. Quando terminava, me sentia muito melhor.”

Aos 58 anos, Vera corre quase diariamente e participa até de meias-maratonas.

Dados internacionais e domésticos indicam que as mulheres são afetadas com maior frequência por transtornos psicológicos do que os homens. Mas os afastamentos masculinos costumam ser mais longos.

Colaborou Paulo Muzzolon

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