Brasil cai para 95º em ranking de desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial

País manteve a lacuna entre homens e mulheres no maior nível desde 2011

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Nova York

O Brasil caiu cinco colocações e recuou para a 95ª posição no relatório sobre disparidade de gênero elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e publicado nesta segunda-feira (17). O país manteve a lacuna entre homens e mulheres no maior nível desde 2011.

No ranking geral, o Brasil aparece com 0,681 ponto, em uma escala que vai de zero a um —quanto mais próximo de um, mais paritário.

O índice, publicado desde 2006, computa resultados de 149 países e busca analisar o progresso obtido na igualdade de gênero em quatro dimensões temáticas: oportunidade econômica, empoderamento político, nível educacional e saúde e sobrevivência.

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Em indicador que mostra a participação na força de trabalho e igualdade salarial por trabalho semelhante pais caiu para 132ª colocação - AFP

No caso brasileiro, afirma o estudo, o maior responsável pela piora no ranking na comparação anual foi o subíndice de oportunidade econômica —o país despencou nove posições, do 83º lugar para o 92º.

Esse indicador inclui participação na força de trabalho e igualdade salarial por trabalho semelhante, item em que o país ficou na 132ª colocação —estava na 119ª um ano antes.

Também houve recuo em empoderamento político, subíndice no qual o Brasil caiu do 110º posto para o 112º.

O país aparece na 139ª posição quando a questão é mulheres ocupando posições ministeriais e na 126ª no que diz respeito à presença feminina no Congresso --estava na 121ª em 2017.

Mas nem todas as notícias são ruins. Ao lado de Bahamas e Colômbia, o Brasil foi um dos três países que fechou a lacuna de gênero em nível educacional e saúde e sobrevivência.

No mundo, a maior disparidade é vista em empoderamento político, com um fosso de 77,1%.

Dos 149 países analisados, somente 17 têm mulheres como chefes de estado. Em média, só 18% dos ocupantes de postos de ministérios e 24% dos membros do Congresso no mundo são do sexo feminino.

Globalmente, embora muitos países tenham alcançado marcos importantes em direção a uma paridade de gênero em educação, saúde, economia e política, ainda há muito a ser feito, afirma Klaus Schwab, fundado e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial.

Por um lado, países onde a próxima geração de mulheres está se tornado líder em suas áreas de domínio estão encaminhados para o sucesso no futuro.

No entanto, o relatório deste ano também adverte para a possibilidade do surgimento de novas lacunas de gênero em tecnologias avançadas, como os riscos associados na inteligência artificial.

“Em uma era em que habilidades humanas são crescentemente importantes e complementares à tecnologia, o mundo não pode se privar do talento das mulheres em setores em que esse talento já é escasso”, afirmou, na abertura do relatório.

Em colaboração com o LinkedIn, os analistas identificaram apenas 22% de profissionais de inteligência artificial em nível global do sexo feminino —os demais 78% são homens.

As mulheres detêm somente 34% dos cargos de gestão no mundo —nos quatro países pior posicionados (Egito, Arábia Saudita, Iêmen e Paquistão, são 7%. E em 44 países, mais de 20% das mulheres são analfabetas.

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