Alibaba está por trás de popular aplicativo do governo chinês, diz agência

Criação de app pela companhia é o mais recente exemplo de uma empresa de tecnologia chinesa colaborando com governo

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Pequim | Reuters

Um aplicativo de propaganda do governo chinês que recentemente se tornou um grande sucesso foi desenvolvido pelo Alibaba, disseram à agência Reuters duas fontes da companhia, em um momento em que as empresas de tecnologia do país estão sob questionamento global sobre seus laços com Pequim.

"Xuexi Qiangguo", traduzido literalmente como "Estude para tornar a China forte", o aplicativo busca aproveitar a propaganda do governo para aplicar os pensamentos do presidente Xi Jinping. O app já superou Tik Tok e WeChat e se tornou o aplicativo mais popular da China na última semana.

O app foi desenvolvido por uma equipe de projetos especiais em grande parte desconhecida no Alibaba chamada como "Unidade de Projetos de Negócios Y", que assume projetos de desenvolvimento fora da empresa, disseram as fontes.

Logo do Alibaba em frente a sede da companhia em Hangzhou, na China
Logo do Alibaba em frente a sede da companhia em Hangzhou, na China - Aly Song/Reuters

A Alibaba, listada em Nova York, não quis comentar se a unidade de negócios desenvolveu o aplicativo.

O desenvolvimento do aplicativo pelo Alibaba, cujo presidente Jack Ma é membro do Partido Comunista, é o mais recente exemplo de uma empresa de tecnologia chinesa colaborando com o governo.

O departamento de propaganda do país liberou o aplicativo pouco antes do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, o principal encontro anual parlamentar da China.

O aplicativo, que inclui vídeos curtos, notícias do governo e questionários, foi criado por uma equipe do Alibaba. Um usuário do próprio aplicativo de mensagens do Alibaba, o DingTalk, pode usar suas credenciais de login para entrar no Xuexi Qiangguo. A Alibaba disse que o aplicativo foi criado usando o software do DingTalk.

O aplicativo foi baixado mais de 43,7 milhões de vezes em dispositivos Apple e Android desde seu lançamento em janeiro, de acordo com estimativas da empresa estatal de consultoria Qimai, de Pequim.

Não ficou claro se a Alibaba, ou quem iniciou seu desenvolvimento, tem receita com o aplicativo.

Pelo menos parte da popularidade do aplicativo pode ser atribuída a diretrizes emitidas por governos locais e universidades que exigem que as pessoas na grande rede de membros do partido façam download do app.

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