Citi estreita laços com governo Bolsonaro para crescer em infraestrutura

Presidente do banco diz que a meta é aumentar a receita para US$ 1,5 bilhão (R$ 5,6 bilhões)

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São Paulo

O Citi busca estreitar suas relações com o governo de Jair Bolsonaro (PSL), dando especial atenção aos negócios gerados por privatizações e vendas de participações de empresas estatais.

O foco do banco é elevar a fatia no financiamento à infraestrutura, que ganhou uma área dedicada dentro do setor de empréstimos e financiamentos do Citi.

Em café da manhã com jornalistas nesta segunda-feira (18), o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, ressaltou por mais de uma vez a proximidade com o novo governo e a contribuição que o banco internacional pode oferecer ao processo de venda de ativos —uma das principais bandeiras do governo Bolsonaro.

"Tive oportunidade nos últimos três meses, desde o governo de transição, de me encontrar com os líderes do grupo econômico do governo Bolsonaro e o plano é muito bem definido. Tudo vai depender agora do timing de execução", disse Marangon.

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Marcelo Marangon, presidente do Citi no Brasil - Zanone Fraissat - 12.dez.2017/Folhapress

Em um esforço de acelerar os negócios, o Citi reúne na quarta-feira (20) o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e clientes do banco, como gestores de fundos de investimento e de private equity e fornecedores.

Após vender a sua unidade de varejo no Brasil para o Itaú, em 2016, o Citi prioriza operações no atacado bancário, que reúne empresas de médio e grande porte e o segmento que atende famílias ricas.

O banco também acompanha de perto o que chama de fortalecimento do setor público após a escolha de uma equipe econômica que tem, segundo o Citi, credibilidade com potenciais investidores.

Marangon disse que a meta é aumentar a receita do Citi no Brasil de US$ 1,1 bilhão (R$ 4,1 bilhões) para US$ 1,5 bilhão (R$ 5,6 bilhões) nos próximos poucos anos.

Para chegar lá, o setor público deve ter participação relevante.

Nas operações, o banco planeja tanto assessorar o governo Bolsonaro quanto potenciais interessados nos ativos a serem vendidos.

O objetivo, disse o presidente do Citi, é contribuir com estudos, financiamentos e prospecção de novos negócios.

Além disso, o banco pretende municiar o governo com as avaliações de investidores globais em relação aos projetos em discussão.

"O nosso relacionamento [com o novo governo] agora talvez seja mais pela proximidade e alinhamento das prioridades do país", afirmou Marangon.

A área do banco voltada ao setor público é relativamente recente (existe há cerca de dois anos) e coincide com a chegada de Michel Temer (MDB) ao poder. O esforço agora é dar a ela nova dimensão. O Citi enxerga o setor público como um importante originador de transações no mercado de capitais brasileiro.

"Temos um time dedicado com um escritório em Brasília focado nas empresas do setor público, nos bancos públicos e também na gestão de eficiência dos diversos ministérios e secretarias, atendendo o setor público como se fosse uma grande multinacional corporativa como a gente faz nos demais clientes", disse André Cury, corresponsável pelo segmento de corporate (grandes empresas).

Segundo Marangon, a agenda de privatizações deve avançar a partir do segundo semestre deste ano, mas as discussões já estão em andamento.

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