Em nova queda, expectativa de crescimento do PIB em 2019 vai a 1,45%

Redução já é 11ª baixa seguida; analistas de mercado falam em mais um ano perdido para economia

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São Paulo | Reuters

O mercado financeiro fez leves ajustes em suas projeções econômicas para este ano, com nova revisão para baixo na expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), pressionada pela fraqueza da produção industrial.

A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (13) mostrou que a projeção de crescimento do PIB em 2019 foi reduzida em 0,04 ponto percentual, para 1,45%, na 11ª semana seguida de redução.

O cenário para a indústria piorou pela segunda vez seguida, com os economistas projetando agora um crescimento da produção de 1,70%, ante 1,76% verificado na mediana das estimativas.

Para 2020, permanece a expectativa de expansão do PIB de 2,50%, com a indústria crescendo 3%.

O levantamento semanal com uma centena de economistas apontou ainda que as expectativas para a alta do IPCA permanecem em 4,04% para este ano e em 4% para o próximo.

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Na semana passada, o IBGE divulgou que o IPCA avançou 0,57% em abril, indo a 4,94% em 12 meses, depois de o Banco Central ter avaliado que o balanço de riscos para a inflação mostra-se simétrico.

Para a taxa básica de juros, também não sofreu alteração o cenário de Selic a 6,50% em 2019 e a 7,50% em 2020.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a taxa a 6,50% este ano e a 7,21% no próximo, na mediana das projeções.

Ano perdido

A percepção de que o Brasil terá mais um "ano perdido" na economia se espalha entre analistas de mercado, que promovem cortes sucessivos nas previsões de crescimento do PIB de 2019.

Na última sexta (10), o Bradesco revisou a projeção para 1,1%, corte de 0,8 ponto percentual em apenas um mês.

Se confirmado o número, o PIB (Produto Interno Bruto) terá avançado ao final deste ano à mesma taxa registrada em 2018 e em 2017.

A brusca revisão de expectativas para o ano, feita pelo segundo maior banco do país, já vinha aparecendo: em abril, Santander e Itaú cortaram suas estimativas a 1,3%. 

A indicação é que novos cortes continuarão a ser feitos, como reflete o mercado nas estimativas do Boletim Focus do Banco Central.

Na mediana, os economistas ainda projetam avanço de 1,49% ao final de 2019.

Considerando o relatório, o crescimento do PIB será 40% menor que o previsto no começo de janeiro (2,5%), quando o mercado ainda alimentava a euforia com o recém-empossado governo de Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe econômica dos sonhos.

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