Medo de desemprego cresce mais entre brasileiros com baixa escolarização, diz CNI

População com menor renda familiar também fica mais apreensiva em perder trabalho

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São Paulo

Em meio a um cenário em que a retomada consistente do mercado de trabalho não está no horizonte, o receio de perder o emprego cresce mais entre os brasileiros com menor renda e pouca escolarização, segundo os dados divulgados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta quarta-feira (3).

Em junho, o indicador que mensura o medo do desemprego entre os brasileiros fechou em 59,3 pontos, ante os 57 pontos de abril. Foi a segunda alta consecutiva, depois da maior queda da série, que ocorreu em dezembro de 2018.

Medo de ficar desempregado cresce mais entre brasileiros menos escolarizados
Medo de ficar desempregado cresce mais entre brasileiros menos escolarizados - Danilo Verpa - 17.nov.2017/Folhapress

No recorte por formação, o índice avançou em todas as faixas, mas a alta foi mais forte entre os brasileiros que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental (de 59 para 65,1 pontos) e os que pararam os estudos entre a 5ª e 8ª série (de 58,4 para 62,5 pontos).

Os dados da CNI casam com as informações sobre o desemprego divulgadas pelo IBGE na sexta-feira (28), segundo o gerente-executivo de política econômica da confederação, Flávio Castelo Branco.

Os números da Pnad Contínua mostraram recorde tanto na subutilização da força de trabalho (28,5 milhões de brasileiros), quanto no número de pessoas trabalhando por conta própria (24 milhões).

"Quando as pessoas têm medo do desemprego, elas buscam alternativas para gerar algum tipo de renda, seja por conta própria, na informalidade ou trabalhando um período parcial. Isso mostra um mercado de trabalho mais fragilizado."

Já na avaliação por renda, a apreensão cresceu mais entre a população com até 1 salário mínimo (de 68,1 para 72,8 pontos) e também entre aqueles com ganhos familiares entre 1 e 2 salários (de 57,6 para 62,4 pontos). 

Satisfação

Se no lado do medo do desemprego o índice subiu, na ponta da satisfação com a vida, o movimento foi oposto. Em junho, o indicador fechou em 67,4 pontos, ante 67,9 de abril. 

"É quase que um espelho [do índice de medo do desemprego], apesar de a perguntar ser mais ampla, sobre a satisfação da vida em geral, que inclui relação familiar, dia a dia etc", disse Castelo Branco.

"Mas, evidentemente, a renda é que vai prover a cerveja do fim de semana, a roda de samba, um cinema ou algum tipo de diversão. Quase sempre precisa ter algum poder de compra para realizar as necessidades, até as de lazer."

Com exceção do Nordeste, todas as outras regiões do país apresentaram algum recuo no índice de satisfação de vida, com destaque para Norte e Centro Oeste, onde a queda foi de 68,7 pontos para 67,3.

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