Petrobras poderá adicionar bilhões de dólares ao plano de desinvestimentos

Plano Estratégico 2020-2024 da companhia busca a venda de até US$ 30 bilhões em ativos

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Reuters

A Petrobras poderá adicionar vários bilhões de dólares em ativos ao seu ambicioso plano de desinvestimentos de cinco anos, disseram executivos nesta quarta-feira, evidenciando a pressa da estatal petroleira para reduzir sua pesada dívida e alavancar o retorno aos investidores.

No Plano Estratégico 2020-2024 da empresa, divulgado na semana passada, a Petrobras afirmou que buscaria vender de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões (equivalente entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões) em ativos durante esse período, incluindo oito refinarias no Brasil, responsáveis por metade da capacidade de refino da empresa.

Durante apresentação nesta quarta-feira (4) em Nova York, a empresa disse que poderá adicionar ativos da Bolívia ao plano de vendas, bem como sua participação na petroquímica Braskem , campos de petróleo em águas profundas e sua participação restante na BR Distribuidora.

Ao conversar com analistas e jornalistas, os executivos disseram que poderão incluir fatia do campo de Marlim, um dos maiores do Brasil, bem como sua participação majoritária no menor campo do Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos.

Logo da Petrobras é visto em um posto
Plano de desinvestimentos da Petrobras inclui a venda de US$ 20 a US$ 30 bilhões em ativos - Divulgação

O presidente Roberto Castello Branco estimou que uma participação em Marlim poderia render entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões, enquanto a diretora financeira Andrea Almeida afirmou que a venda potencial de fatia na Braskem poderia levantar entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões (o equivalente a R$ 8,4 bilhões e R$ 12,6 bilhões) .

"Os ativos extras que não estão incluídos no plano são a BR Distribuidora, a Braskem e outros ativos (de exploração e produção)", disse Almeida, a jornalistas. "Isso é adicional ao plano de US$ 20, 30 bilhões."

Os comentários indicam que a Petrobras ainda está bastante focada na venda de ativos, em uma tentativa de reduzir a dívida e aumentar o foco na área de pré-sal.

O maior volume de recursos do plano de desinvestimentos deverá vir das vendas de refinarias, afirmou mais cedo no Rio de Janeiro o diretor de Relações Institucionais da estatal brasileira, Roberto Ardenghy.

As primeiras quatro refinarias colocadas à venda já estão em fase vinculante no processo de desinvestimento, enquanto outras quatro deverão atingir essa etapa em cerca de dois meses, segundo a empresa.

O plano de negócios da companhia contém metas importantes para reduzir custos, reduzir dívidas e aumentar o retorno aos investidores.

Em 2021 a empresa planeja atingir US$ 60 bilhões de dívida bruta (o que corresponde a R$ 252,6 bilhões), ante cerca de US$ 90 bilhões (equivalente a R$ 378,9 bilhões) registrados no último relatório trimestral, o que aumentará automaticamente a remuneração aos acionistas, em linha com a atual política de dividendos.

Como resultado dessas medidas, a empresa planeja aumentar seu valor de mercado em aproximadamente 45% até 2021, em grande parte por meio de cortes de custos e desinvestimento de ativos não essenciais, explicou Almeida.

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