Alcolumbre diz que declarações de general Heleno são ataque à democracia

Ministro do GSI critica Legislativo na discussão sobre a divisão do chamado orçamento impositivo, o que gerou reação no Congresso

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Brasília

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), rebateu nesta quarta-feira (19) às críticas do general Augusto Heleno ao Congresso e, por nota, chamou o ato de "ataque à democracia".

"Nenhum ataque à democracia será tolerado pelo Parlamento. O momento, mais do que nunca, é de defesa da democracia, independência e harmonia dos Poderes para trabalhar pelo país. O Congresso Nacional seguirá cumprindo com as suas obrigações”, disse Alcolumbre.

Na terça-feira (18), general Heleno afirmou que o Congresso estava chantageando o Executivo, em falas captadas em transmissão ao vivo da presidência da República durante cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio do Planalto.

“Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente. Foda-se”, afirmou, em relação ao Orçamento de 2020. Heleno defendeu que o presidente deixasse claro à população que está sofrendo uma pressão e “não pode ficar acuado”.

Davi Alcolumbre caminha sob sol; ao fundo do parlamentar, estão soldados que vestem branco
O presidente do Senado Davi Alcolumbre no Palácio do Planalto - Adriano Machado - 3.fev.2020/Reuters

Na terça-feira (18), o presidente do Senado já havia demonstrado sua irritação com o Palácio do Planalto.

Alcolumbre havia convocado líderes da Câmara e do Senado para uma reunião em que seria discutido um novo acordo para a votação, depois do Carnaval, do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Orçamento 2020.

Até o momento da reunião matinal, no entanto, o Palácio do Planalto não encaminhou nem informou que não encaminharia a tempo do encontro dois projetos (PLNs), sua parte do acordo que havia sido firmado na semana passada.

Um dos textos seria para mudar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e colocar uma trava ao contingenciamento das emendas de comissão e do relator do Orçamento 2020, o deputado Domingos Neto (PSD-CE). Outro projeto seria para alterar a LOA (Lei Orçamentária Anual) e devolver R$ 11 bilhões para o controle de ministros, em vez de ficar no poder de Neto.

Irritado, Alcolumbre determinou que sua assessoria publicasse nas redes sociais que o encontro estava sendo cancelado.

"A reunião prevista para hoje (18), com os líderes partidários das duas Casas para definir acordo quanto ao mérito do veto à proposta do Orçamento Impositivo foi cancelada. O Parlamento aguarda do governo o envio do PLN referente aos dispositivos vetados da LDO 2020", escreveu a presidência do Senado.

 

À tarde, após a cerimônia de posse de Onyx Lorenzoni como ministro da Cidadania e do general Braga Neto como novo titular da Casa Civil, Alcolumbre permaneceu no Palácio do Planalto e subiu ao quarto andar, onde fica o gabinete de Bolsonaro, para conversar com o presidente da República.

Segundo auxiliares do presidente do Senado, ele deixou claro que a pauta econômica do governo é uma prioridade para o Congresso, mas que não era possível ficar no escuro e cobrou transparência.

À noite, Alcolumbre recebeu na residência oficial da presidência do Senado líderes do Congresso, Maia, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o ministro Paulo Guedes (Economia) e sua equipe.

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