Tesouro recompra R$ 35,6 bi em títulos em março, maior atuação da história

Dívida pública cresceu 1,2%, atingindo R$ 4,28 trilhões em fevereiro, patamar mais alto da série

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Brasília

Diante da forte volatilidade do mercado, o Tesouro Nacional fez em março a maior atuação da história no mercado de títulos públicos, com uma recompra de R$ 35,6 bilhões. O dado engloba as operações feitas entre o dia 1º e esta quarta-feira (25).

Relatório divulgado nesta quarta mostra também que, em fevereiro, a dívida pública federal cresceu 1,2%, atingindo R$ 4,28 trilhões em fevereiro, patamar mais alto da série.

Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida - Adriano Machado/Reuters

Em coordenação com o Banco Central, o Tesouro tem feito uma série de leilões extraordinários de compra e venda de títulos para acalmar o mercado. A medida tem como objetivo fornecer suporte aos investidores em meio aos temores gerados pela pandemia de coronavírus.

De acordo com o órgão do Ministério da Economia, diferentemente dos leilões tradicionais, que são de venda, esses pregões extraordinários podem ser de venda e, principalmente, de recompra. A operação busca fornecer suporte ao mercado e a oportunidade para que os investidores que quiserem revender seus papéis.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, afirmou que não há teto para atuação e que o Tesouro está em situação confortável de caixa para eventuais atuações extraordinárias.

Segundo o órgão, as novas condições de mercado devem levar a uma alteração do PAF (Plano Anual de Financiamento), que traz os parâmetros para o endividamento público.

“As condições de financiamento se alteraram em relação aos cenários originalmente previstos no PAF. Por isso é possível que haja alterações em praticamente todos os indicadores”, afirmou o subsecretário da Dívida Pública, José Franco de Medeiros.

No relatório, o Tesouro ressalta que a percepção de risco global teve piora em março, com impacto no Brasil, por conta das preocupações em torno do impacto do novo coronavírus e da disputa comercial do petróleo.

“Durante períodos de elevada volatilidade no mercado financeiro, o Tesouro Nacional pode realizar leilões extraordinários de compra e venda de títulos públicos, com o objetivo de fornecer suporte ao bom funcionamento desse mercado”, informou.

O governo federal emite títulos de dívida pública para cobrir a necessidade de financiamento e executar políticas públicas. Quando os gastos são maiores do que a arrecadação, como tem sido registrado nos últimos anos, a pressão por endividamento é ampliada para cobrir o déficit das contas.

Em fevereiro, a dívida pública federal atingiu R$ 4,28 trilhões, uma alta de 1,2%. Esse dado, o mais recente disponível, ainda não traz os efeitos do choque econômico do petróleo e do agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil.​

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