BTG tira da XP escritório de agentes autônomos com 40 mil clientes

Escritório com sede em Santa Catarina planeja virar uma corretora

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São Paulo

O BTG Pactual tirou um dos maiores escritórios de agentes autônomos de investimentos da XP, em um movimento que retoma a disputa das duas instituições financeiras por esses profissionais.

O EQI Investimentos (sigla para Eu Quero Investir) diz ter 40 mil clientes e R$ 8 bilhões em ativos sob gestão. Tem sede em Santa Catarina e escritórios espalhados por sete estados. A XP não divulga um ranking dos maiores associados.

Pelo acordo, o BTG terá o EQI como contratado e apoiará o novo parceiro no processo de criação de uma corretora.

A XP foi comunicada da decisão, mas há um prazo contratual de 60 dias para que o EQI comece a distribuir produtos do BTG.

As três empresas disseram que não comentariam o tema.

O agente autônomo de investimento é o distribuidor de produtos de investimento que estão na prateleira das corretoras. Por uma norma da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ele precisa atuar de forma exclusiva com uma única instituição financeira.

Quando deixa uma corretora para trabalhar com outra, o agente não consegue migrar automaticamente os investimentos de seus clientes. É preciso convencê-los da mudança.

Uma briga entre as duas empresas começou em 2018, quando a corretora de Guilherme Benchimol acionou o banco de André Esteves na Justiça, acusando a instituição justamente de usar dados que pertenceriam a XP para pressionar a base de clientes pela mudança.

A disputa se arrasta até hoje na Justiça.

Visto como uma alavanca pelas corretoras, o negócio de agente autônomo cresceu ao longo dos últimos anos e foram criados grandes escritórios que que mimetizam a corretora e orientam investidores.

Mas a grande maioria deles está com a XP. Segundo a Ancord (associação que certifica os profissionais), cerca de 8.000 agentes estão certificados e vinculados a uma corretora para trabalhar. Desses, 7.000 estão ligados à XP.

A troca de vínculo do EQI ocorre em um momento em que a XP havia deixado essa disputa com o BTG em segundo plano, mas travava uma batalha com o Itaú.

Em junho, os dois sócios trocaram ataques públicos que tinham como pano de fundo a fuga dos profissionais do segmento Personnalité para a corretora. A XP tenta incrementar seu quadro de agentes e havia dito no passado que precisaria de 10 mil profissionais para alcançar a meta de R$ 1 trilhão em ativos sob custódia (atualmente tem R$ 412 bilhões). Além dos profissionais, os gerentes do banco também migram ativos.

Mas a saída da EQI da XP marca também o fim de uma longa relação profissional. O fundador do escritório é Juliano Custódio. Segundo o perfil dele no LinkedIn, foi gerente regional da XP de 2003 a 2008, os anos iniciais da corretora, em Porto Alegre. Após a crise de 2008, ele deixou a XP e criou o site educacional Eu Quero Investir, a partir do qual surge o escritório de agentes autônomos.

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