Descrição de chapéu Caixin China

Ex-presidente do maior banco de desenvolvimento chinês é sentenciado a prisão perpétua por aceitar propina

Executivo foi condenado por embolsar US$ 13,2 milhões entre 2009 e 2019

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Pequim | Caixin

O antigo presidente do conselho do maior banco de desenvolvimento da China foi sentenciado na quinta-feira (7) a prisão perpétua por aceitar propinas, o que marca o final de julgamento de mais um figurão financeiro que caiu vítima da campanha contra a corrupção que o país vem realizando há alguns anos.

Hu Huaibang, ex-presidente do BDC (Banco de Desenvolvimento da China), foi condenado por aceitar 85,8 milhões de yuan (US$ 13,2 milhões, aproximadamente ) em subornos entre 2009 e 2019, em troca de usar seu poder a fim de facilitar transações de financiamento de operações de negócios e promoções para outros executivos, de acordo com um comunicado do tribunal.

A punição também acarreta a perda permanente de seus direitos políticos e o confisco de todas as suas propriedades pessoais. Hu aceitou a sentença, de acordo com o comunicado.

Hu Huaibang, ex-presidente do Banco de Desenvolvimento da China - India Exim Bank no youtube/Reprodução

Nos últimos anos, a campanha abrangente da China para eliminar a corrupção nas agências regulatórias do mercado financeiro e nas companhias do setor resultou na queda de muitos funcionários importantes do governo e de muitos magnatas do setor privado, entre os quais Hu. Outro condenado foi Lai Xiaomin, ex-presidente do conselho de um dos quatro maiores bancos estatais chineses, sentenciado à morte por ter aceitado propinas, na terça-feira (5). A instituição que ele presidia ficou conhecida por sua má gestão de suas carteiras de empréstimos.

Hu, 65, se aposentou de sua posição à frente do BGC em setembro de 2018, depois de trabalhar por mais de cinco anos no banco. Em julho de 2019, ele foi colocado em investigação pela principal agência chinesa de combate à corrupção. No começo de 2020, a procuradoria nacional emitiu um mandado de prisão contra ele.

Durante seu mandato no banco, Hu supostamente ajudou dois conglomerados que chegaram a ter grande sucesso no passado –CEFC China Energy e HNA Group– a obter bilhões de dólares em créditos dúbios, que alimentaram suas expansões meteóricas, de acordo com reportagens anteriores da Caixin.

Hu ajudou o CEFC durante os anos de expansão do grupo de energia, alimentados por crédito, que viram a empresa, antes desconhecida, tomar o controle de vastos ativos em todo o mundo, por exemplo na Europa, Ásia, África e Oriente Médio. O fundador do CEFC, Ye Jianming, um dos mais misteriosos magnatas da China, está sob investigação desde o começo de 2018.

Os empréstimos do BDC ao HBA, um problemático grupo de aviação, também despertaram questionamento, e dispararam durante o mandato de Hu, chegando a cerca de 80 bilhões de yuan no final de 2018, de acordo com uma fonte no BDC.

Hu recorreu a táticas que incluíam remover, transferir ou simplesmente desautorizar subordinados que se opunham aos seus esforços para canalizar grandes quantias em empréstimos às duas empresas, que se tornaram ambas alvo de medidas de repressão das autoridades regulatórias, por seus negócios arriscados.

Tanto o CEFC quanto o HNA estão entre as companhias chinesas de porte muito grande que acumularam bilhões de dólares em ativos no país e no exterior, nos últimos anos. Muitas delas foram forçadas a vender todos esses ativos, quando Pequim alertou, em 2017, sobre os riscos financeiros gerados por suas imensas dívidas.

O BDC é o maior banco de desenvolvimento da China pelo critério de ativos, seguido pelo Banco de Desenvolvimento Agrícola da China e pelo Banco de Importação e Exportação da China. Os três bancos estatais foram criados pelo governo central do país a fim de bancar projetos que podem não ser altamente lucrativos, mas são cruciais para o desenvolvimento social e econômico, o que inclui iniciativas de infraestrutura, energia e agricultura.

Tradução de Paulo Migliacci

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