Descrição de chapéu indústria

Fábricas da Ford em Taubaté e Camaçari terão manifestações nesta terça

Mobilizações são convocadas após empresa anunciar fechamento no Brasil

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Recife e São Paulo

Os sindicatos dos metalúrgicos de Taubaté, em São Paulo, e Camaçari, na Bahia, convocaram para a terça-feira (12) manifestações contra o anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil.

Em Camaçari, onde são produzidos os modelos Ka e EcoSport, o encerramento das atividades será imediato, segundo a montadora. No município baiano, a mobilização começará às 5h30, em frente à unidade fabril. De lá, os trabalhadores vão marchar até o centro da cidade.

No interior de São Paulo, a assembleia de emergência convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e aprovou uma mobilização para esta terça, a partir das 8h, em frente à fábrica. Cerca de 500 metalúrgicos participaram da votação.

Em Taubaté (SP), sindicato faz assembleia com os metalúrgicos no estacionamento da fábrica da Ford
Em Taubaté (SP), sindicato faz assembleia com os metalúrgicos no estacionamento da fábrica da Ford - Rogério Marques

A planta paulista produz motores e transmissões e, assim como a unidade de Horizonte (CE) —onde é feito o Troller T4, cuja produção também será interrompida—, tem o fechamento prevista para ocorrer ao longo do ano. Em Taubaté são 830 funcionários.

Em nota, o prefeito de Taubaté, João Saud (MDB), lamentou o encerramento da fábrica e disse já ter buscado o governo do estado para buscar alternativas.

O presidente do sindicato em Camaçari, Júlio Bonfim, afirmou que os funcionários foram pegos de surpresa. “Recebemos um bomba nos peitos. É como aplicarem uma injeção no seus olhos sem avisar nada antes”, declarou.

A montadora já havia encerrado em 2019, a produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

Segundo a Fieb (Federação das Indústrias da Bahia), há no município 7.216 funcionários trabalhando na Ford e em sistemistas (empresas que fornecem para a produção).

O sindicato dos trabalhadores disse que o número é maior. “São 12 mil empregos diretos e 60 mil indiretos aqui. A fábrica tem 21 anos”, afirmou Bonfim.

No início da tarde desta segunda-feira, ele participou de uma reunião virtual com o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters.

“Ele foi direto. Disse que a empresa investiu bastante, mas com esta instabilidade econômica do Brasil não tinha como continuar. Falou também das dificuldades em razão da pandemia”, declarou.

O sindicato negocia agora o pagamento da indenização de todos os trabalhadores.

Em nota, a Fieb comunicou que o anúncio reflete uma dificuldade competitiva estrutural do país.

“É uma perda relevante para a indústria baiana que terá impactos negativos para a cadeia automotiva do estado”, afirmou a Fieb.

A entidade busca alternativa junto ao governo da Bahia para prospectar possíveis investidores interessados em assumir a unidade fabril no estado.

“Apesar do anunciado encerramento, a Ford concordou em manter na Bahia um dos seus centros de desenvolvimento de tecnologia, juntando-se à Índia e aos Estados Unidos, que sediam atualmente essas unidades.”

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (Democratas), lamentou o encerramento das atividades da montadora.

“Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a crise provocada pela pandemia da Covid-19 trouxe consequências ruins para a área da saúde e também para a economia."

Ele destacou que está acompanhando o caso de perto para prestar apoio aos trabalhadores. “Vamos intensificar os diálogos para que novas empresas possam se instalar em Camaçari, de forma que possamos gerar cada vez mais empregos e oportunidades para o nosso povo”, afirmou.

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