Valor médio de carro seminovo da Movida bate recorde e chega quase a R$ 50 mil

Dados do quarto trimestre foram divulgados previamente pela companhia neste domingo (10)

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São Paulo

O preço médio de carros seminovos da Movida atingou seu maior valor, em R$ 49,8 mil, no último trimestre de 2020, segundo informações prévias divulgadas ao mercado pela locadora neste domingo (10).

A elevação do valor foi uma forma da empresa segurar as vendas dos seminovos (e manter o tamanho da frota), enquanto as montadoras não conseguem entregar todos os pedidos das locadoras.

Por conta disso, enquanto a receita da companhia cresceu no segmento de locação (diária e gestão de frotas), o ganho da marca nas vendas de seminovos sofreu recuo.

Os dados, ainda não auditados, mostram que a receita do segmento de locação atingiu R$ 500,8 milhões, numa alta de 26,9% ante o terceiro trimestre de 2020, e um avanço de 9,6% na relação com o mesmo período de 2019.

Dentro da área de locação, a maior receita vem dos aluguéis diários (também chamado de RAC), com R$ 359,6 milhões, avanço de 33,2% sobre o terceiro trimestre do mesmo ano e aumento de 9,6% sobre o mesmo período do ano anterior.

O bom desempenho do setor nessa divisão de negócio já era esperado, pois a demanda maior que a oferta no fim do ano —causada pelo enxugamento de frotas na pandemia e atraso das montadoras— acabou por pressionar o valor das diárias das empresas.

Locadora de veículos Movida
Diária média de locação da Movida chegou a R$ 84,6 no último trimestre de 2020 - Divulgação

No caso da Movida, a diária média de locação no último trimestre de 2020 ficou em R$ 84,6, acima dos R$ 83,9 no mesmo período de 2019 e dos R$ 70,3 do terceiro trimestre. Já a ocupação no trimestre atingiu seu recorde, em 84,4%.

"Chegamos até a superar esse percentual. Todo fim de semana bate 90%, porque tem a viagens nesse período, que estão cada vez mais comuns. Já em relação à diária, se considerar o período posterior ao IPO (oferta pública de ações), também tivemos um valor recorde", disse Renato Franklin, presidente-executivo da Movida.

Para atender essa demanda alta e crescer a frota, ainda com os gargalos das montadoras, a companhia teve de segurar a venda de veículos seminovos, elevando o preço médio a R$ 49,8 mil, valor mais alto registrado pela marca.

Essa situação levou a empresa a ter uma retração no volume de seminovos vendidos no período, tanto na relação com o terceiro trimestre (queda de 31,1%), quanto na comparação com os últimos três meses de 2019 (recuo de 27,7%). A queda nas vendas derrubou a receita que fechou em R$ 489,8 milhões —abaixo dos R$ 640,9 milhões do terceiro trimestre de 2020 e também dos R$ 543,5 milhões do quarto trimestre do ano anterior.

Na avaliação de Franklin, o valor médio de seminovos deve se manter ainda alto nos primeiros três meses deste ano, já que as cadeias do setor automotivo deverão estar ajustadas somente no segundo trimestre.

"Olhando para a indústria, acredito que um reequlíbrio deva ocorrer a partir de abril e maio. Então a nossa perspectiva [venda de seminovos] ainda é conservadora."

Ainda segundo os dados divulgados, a frota total da empresa atingiu no último trimestre do ano passado 118,2 mil carros —número que perde apenas para a frota do primeiro trimestre de 2020, quando a marca registrou 119 mil veículos. Franklin afirmou que a empresa não divulga projeções de crescimento de frota, mas disse que, para este ano, a marca teria capacidade de expansão de 50 mil carros.

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