CVM investiga se fundador da Marfrig usou informações privilegiadas na Bolsa

Marcos Molina teria operado ações antes de anunciar aquisição de 51% da National Beef; em nota, Marfrig nega

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São Paulo

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) apura se Marcos Molina, fundador da Marfrig, fez "uso indevido de informações privilegiadas em operações" na B3, em 2018. O empresário teria operado ações ordinárias antes de anunciar a aquisição, em abril daquele ano, de 51% do frigorífico National Beef Packing Company, sediado no Missouri (EUA).

Segundo noticiado no jornal Valor Econômico, Molina participou de negociações para a compra da empresa, inclusive de reuniões presenciais com representantes das companhias, entre 23 de junho de 2017 e 16 de março de 2018.

Em nota, a Marfrig diz que, no período investigado, não havia "diálogo constante" entre a Marfrig e a Leucadia (atual Jefferies Financial Group), então controladora da National Beef.

Retrato de Marcos Molina, fundador da Marfrig Global Food - Adriano Vizoni - 5.nov.2015/Folhapress

"Em um primeiro momento, a Marfrig propôs uma troca de ativos, opção rejeitada pela Leucadia em dezembro de 2017. Após a recusa da Leucadia, os contatos entre as duas empresas foram encerrados e só retornaram no início de março de 2018. Nesse intervalo, a Leucadia fez contatos com outros interessados na compra da National Beef", diz a nota.

A empresa afirma ainda que a negociação só foi realizada após a aprovação de um empréstimo em 8 de março de 2018.

A aquisição da National Beef foi estratégica para o crescimento da Marfrig. A combinação, na época, dos faturamentos e das capacidades de abate garantiu à Marfrig o posto de segunda maior processadora de carne bovina do mundo, atrás apenas da JBS.

A empresa americana era, então, a quarta maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos. Respondia por cerca de 13% da capacidade de abate no mercado americano. Tinha também espaço no mercado global. Exportava para 40 países, incluindo Japão e Coreia do Sul.

No final de 2019, o grupo de Molina ampliaou a participação na National Beef de 51% para 81,73%. Com a transação, o acionista Jefferies Financial Group liquidou sua participação na empresa americana.

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