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'É o que temos para hoje', diz presidente do Bradesco sobre pressão inflacionária e escalada dos juros

Lazari diz que combate à inflação exige aumento da Selic, mas que taxa precisa ficar baixa para que população honre dívidas

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São Paulo

O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, afirmou que os recentes eventos climáticos ainda devem ter efeitos na inflação e que é esperado pelo mercado que o Banco Central (BC) faça uma nova elevação da taxa básica Selic nesta quarta-feira (4).

“É o que temos para hoje”, disse Lazari em entrevista a jornalistas.

“Tudo o que aconteceu levou a este cenário e ainda devemos ter algum respingo neste ano por conta do clima que estamos enfrentando, com mais pressão inflacionária por conta do preço dos alimentos.”

Para Lazari, o ideal, dado o atual cenário, é que as taxas permanecessem abaixo dos dois dígitos.

Em função do desemprego e dos fechamentos que tivemos na pandemia, é importante que os juros ficassem mais baixos para que as pessoas, ao longo do tempo e com prazos maiores, possam pagar suas dívidas”, disse o executivo.

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Zanone Fraissat - 2.dez.2019/Folhapress

“É um desafio importante que o BC e nós, enquanto banco, temos pela frente, principalmente para darmos condições para as empresas voltarem a produzir e para que o brasileiro consiga passar por esse momento ainda difícil”, disse o executivo.

A Selic começou o ano em 2%. No entanto, a taxa está em alta desde março e, segundo a maior parte dos analistas e dos agentes de mercado ouvidos pelo último boletim Focus, a taxa básica deve terminar 2021 em 7% ao ano –há um mês, as projeções eram de 6,50%.

O relatório também projetou que a inflação deve encerrar 2021 em 6,79%. A previsão era de 6,07% há quatro semanas. Algumas instituições, porém, já trabalham com a perspectiva de que a inflação possa terminar o ano na casa de 7%.

Para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), cuja decisão deve sair nesta quarta (4), a aposta dos analistas é que o Banco Central determine um aumento de 1 p.p. (ponto percentual) na taxa básica, elevando a Selic para 5,25% ao ano.

A expectativa é, ainda, que a autoridade monetária também sinalize um aumento semelhante para a reunião seguinte, que deve acontecer entre 21 e 22 de setembro.

Além dos recentes eventos climáticos, com geadas na região Sul do país que resultaram em perdas no campo, o Brasil também vive um momento de descompasso entre a oferta e demanda de alguns insumos e a desvalorização cambial do real em relação ao dólar –ambiente que também acaba pressionando a inflação.

“É um fato, temos pressões inflacionárias. Mas acredito que o Banco Central tem todos os instrumentos de política monetária necessários para debelar essa inflação”, disse Lazari.

O Bradesco reportou um lucro de R$ 6,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 63,2% em relação ao observado no mesmo período de 2020.

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