Caminhoneiros se reúnem em Brasília para debater pauta única

Organizadores do ato não apoiaram paralisação de 7 de setembro

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São Paulo

Lideranças de caminhoneiros de diversos estados se reúnem em Brasília para debater uma pauta unificada da categoria. Um encontro de três entidades do setor está marcado para a manhã de sábado (18), seguindo até as 17h.

Não há agenda prevista com representantes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), mas parlamentares ligados à pauta poderão comparecer.

Motoristas ligados à CNTTL (Conferação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), à Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) e ao CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) se reunir ão no Hotel Laguna para discutir cerca de 15 reivindicações.

Os três grupos que organizaram o encontro nacional não apoiaram formalmente os atos de raiz golpista de 7 de setembro, que foi sucedido por paralisações nas estradas.

Muitos dos caminhoneiros que pararam nas estradas na ocasião mantêm o apoio ao presidente Jair Bolsonaro, outros viram na movimentação uma forma de pressionar o governo contra a alta dos combustíveis.

Bloqueio de caminhoneiros na rodovia Castelo Branco, na entrada da marginal Tietê, após atos bolsonaristas de 7 de setembro
Bloqueio de caminhoneiros na rodovia Castelo Branco, na entrada da marginal Tietê, após atos bolsonaristas de 7 de setembro - Danilo Verpa/Folhapress

Não há previsão de participantes, mas as organizações convocaram motoristas de todos os estados. Wallance Landim, o Chorão, um dos líderes na greve de 2018, que parou o país por 11 dias, já estava reunido com lideranças estaduais nesta sexta-feira (17) quando os caminhoneiros começaram a chegar em Brasília.

Nos bloqueios de 7 de setembro, as manifestações eram contrárias ao STF (Supremo Tribunal Federal) e não incluíam pontos básicos da pauta da categoria, como piso mínimo de frete e preço do combustível.

"Cerca de 60% das lideranças nacionais estarão presentes nesta reunião, que poderá nortear a luta caminhoneira. Muitos ali nem se entendem, mas a busca é de união", afirmou Joelmis Correia, do Movimento GBN (Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro).

Segundo ele, as lideranças são presidentes de federações, confederações, sindicatos, formadores de opinião e pessoas com voz ativa nas redes sociais.


Pautas da categoria

  • Defesa da constitucionalidade do piso mínimo de frete
  • Retorno da aposentadoria especial aos 25 anos contribuição ao INSS
  • INSS pago pelo caminhoneiro
  • Objeção ao projeto BR do Mar
  • Liberação dos caminhões de 11 eixos
  • Subsídio público para renovação de frota
  • Composição do preço do combustível
  • Pontos de parada
  • Situação do exame toxicológico
  • Aperfeiçamento do documento eletrônico de transporte
  • Destinação de 30% das cargas da Conab às cooperativas
  • Discussão sobre Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas
  • Jornada de trabalho

O caminhoneiro autônomo Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga), de Ijuí (RS), afirmou, de Brasília, em vídeo veiculado em redes sociais, que a categoria "ganhou tudo em 2018 e levou nada até o presente momento".

Ele refere-se ao preço do combustível e à política nacional de piso mínimo, implementada por meio de lei durante o governo Michel Temer (MDB), que enfrenta três ações de transportadoras e de ruralistas no STF.

"Vamos seguir batendo, independentemente do governo que seja, de direita, de centro ou de esquerda porque só nossa pressão nos leva a vencer e a continuar no mercado sobrevivendo", afirmou no vídeo, ao lado de outros caminhoneiros, todos de máscara. "A luta faz a lei", gritaram todos ao fim do vídeo.

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