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Google planeja investir US$ 2,1 bilhões em espaço de escritórios em Nova York

Anúncio ocorre quase após anúncio de prorrogação da política de retorno voluntário aos escritórios

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Bengaluru | Reuters

A Google anunciou na terça-feira (21) que gastará US$ 2,1 bilhões (R$ 11,1 bilhões) para comprar um amplo prédio de escritórios em Manhattan (região central de Nova York), à beira do Rio Hudson. Ela pagará um dos preços mais altos dos últimos anos por um edifício de escritórios nos Estados Unidos, dando um estímulo otimista ao setor imobiliário de Nova York prejudicado pela pandemia e a mudança para o trabalho remoto.

A transação ocorre durante um período difícil para o mercado de escritórios da cidade, o maior dos Estados Unidos, porque a rápida adoção do trabalho híbrido e a dispensa de espaço para escritórios apresentaram a mais séria ameaça para o setor em décadas.

Manhattan tem um excesso de espaço de escritórios disponível para locação, alcançando picos recordes durante a pandemia, e as quatro empresas tecnológicas que formam a chamadas Big Tech —Amazon, Apple, Google e Facebook— fizeram uma aposta positiva no futuro da cidade.

Prédio com janelas espelhadas
O edifício St. John's Terminal, na cidade de Nova York, que deve ser comprado pelo Google - Brittainy Newman - 21.set.2021/New York Times

As companhias ampliaram rapidamente suas operações e a força de trabalho, um dos poucos pontos positivos para Nova York, que foi mais atingida pelo custo econômico da pandemia do que qualquer outra grande cidade americana.

A Google já estava alugando, mas ainda não ocupava, o imóvel de 120 mil metros quadrados conhecido como St. John's Terminal, um antigo terminal de carga que está sendo renovado e ampliado, perto do Túnel Holland. A empresa tem 12 mil empregados corporativos na cidade de Nova York —seu maior escritório-satélite fora do quartel-general na Califórnia—, e disse na terça (21) que pretende contratar mais 2.000 trabalhadores na cidade nos próximos anos.

Coletivamente, as quatro gigantes tecnológicas empregam mais de 20 mil pessoas em seus escritórios em Manhattan. Mas é improvável que seus funcionários voltem em breve a trabalhar nas firmas cinco dias por semana. Muitas dessas companhias disseram que permitirão que os empregados trabalhem à distância, num arranjo híbrido, mesmo depois que a pandemia terminar. A Google adiou recentemente seus planos de retorno aos escritórios para o início de 2022 por causa da variante delta do vírus, altamente contagiosa.

A velocidade com que a economia se recuperar em Nova York, especialmente na região de Manhattan, poderá depender da ocupação dos prédios de escritórios. Antes da pandemia, eles recebiam 1 milhão de trabalhadores por dia, que sustentavam milhares de empresas com seus gastos diários —do café da manhã a almoços e shows na Broadway depois do expediente. A ausência desses trabalhadores durante a pandemia levou muitas lojas e restaurantes a fechar em Manhattan.

As companhias adotaram o trabalho remoto durante a pandemia de maneiras sem precedentes, e decidiram que os empregados poderão continuar trabalhando fora do escritório durante parte ou toda a semana depois que a pandemia terminar, e até contratam empregados que pretendem trabalhar remotamente por prazo indefinido. Em consequência, quase 19% do espaço de escritórios em Manhattan está disponível para locação, segundo a agência de imóveis Newmark, porcentagem recorde que é quase o dobro da média da última década.

"A energia, a criatividade e o talento de primeira classe de Nova York são o que nos mantém enraizados aqui, e o motivo de aprofundarmos nosso compromisso com planos de adquirir o St. John's Terminal", disse Ruth Porat, diretora-financeira da Google e de sua companhia matriz, Alphabet. "Esperamos continuar crescendo junto com esta cidade notável e diversificada."

Autoridades eleitas em Nova York buscaram mostrar o anúncio como um sinal da recuperação da cidade.
"Esse anúncio da Google é mais uma prova de que a economia de Nova York está se recuperando", disse a governadora Kathy Hochul, democrata, em um comunicado. "Estamos criando empregos, investindo em indústrias emergentes, reanimando os nova-iorquinos, e juntos estamos escrevendo nossa história de retorno."

O prefeito Bill de Blasio chamou o negócio de "um investimento histórico na cidade de Nova York".
A transação foi relatada primeiro pelo Wall Street Journal.

Quando o prédio for inaugurado ao final da construção, em meados de 2023, a Google terá mais de 120 mil metros quadrados de espaço de escritórios em Nova York, tornando-a um dos maiores locadores da cidade.

A presença da Google em Nova York começou em 2000, com um único empregado em vendas que trabalhava a partir de uma cafeteria Starbucks. A companhia selou seu compromisso com a cidade em 2010, com a aquisição por US$ 1,8 bilhão (R$ 9,5 bilhões) de um edifício de 15 andares em Chelsea (zona oeste).

Na última década, a Google rapidamente aumentou sua força de trabalho em Manhattan, contratando jovens engenheiros das universidades da região, atraindo funcionários tecnológicos que não querem morar no Vale do Silício e expandindo seus departamentos de marketing e vendas. A companhia contratou 5.000 funcionários em Nova York desde o final de 2018.

O prédio do terminal que se tornará o novo escritório da Google fica em Hudson Square, bairro na zona oeste de Manhattan entre TriBeCa, Greenwich Village e SoHo. Muitas empresas criativas, de mídia e tecnológicas têm escritórios ali, incluindo a criadora de sites da web Squarespace e a empresa de óculos Warby Parker. A Disney também escolheu o bairro como nova sede de seu escritório em Nova York.

Além do setor de escritórios, a área tem uma crescente popullação residencial, depois de um rezoneamento em 2013 que causou um boom na construção de novas torres e condomínios.


Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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