Financiamento para mais pobres é 'maior obstáculo' para negociações climáticas, diz China

Às vésperas da COP26, autoridade ambiental chinesa afirma que há duvida sobre apoio de países ricos

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David Stanway Martin Quin Pollard
Pequim | Reuters

Estabelecer financiamento para ajudar os países mais pobres a combater a mudança climática será "o maior obstáculo" durante as negociações no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar conter o aquecimento global, que começarão em Glasgow no dia 31 de outubro, disse uma autoridade ambiental chinesa nesta quarta-feira (27).

Países ricos concordaram em 2009 em estabelecer um fundo de US$ 100 bilhões (R$ 557,9 bi) por ano para ajudar a transferir tecnologias e minimizar os riscos climáticos, mas o progresso neste sentido tem sido lento.

Alok Sharma, presidente da conferência da ONU sobre o clima COP26, disse nesta semana que espera que o fundo esteja disponível até 2023, três anos mais tarde do que o planejado inicialmente.

Vice-ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, Ye Min, durante entrevista coletiva em Pequim - Martin Pollard/Reuters

"A dúvida sobre se os países desenvolvidos vão apoiar os países em desenvolvimento a lidar com a mudança climática, ou se simplesmente passarão suas responsabilidades de redução de emissões para os países em desenvolvimento, tem sido o maior obstáculo para o progresso deste processo multilateral", disse o vice-ministro de Ecologia e Meio Ambiente da China, Ye Min.

Em um briefing de imprensa em Pequim, Ye disse que o financiamento está relacionado à "confiança política mútua", assim como à capacidade prática dos países mais pobres de tomar medidas contra a mudança climática. Ele disse que a COP26 precisa "fazer arranjos".

A China, maior emissor mundial de gases do efeito estufa, é classificada como país em desenvolvimento. O país tem insistido na ênfase do princípio de "responsabilidades comuns, mas diferentes", estabelecido pelo Protocolo de Kyoto.

A China defende que os países mais ricos com histórico de mais emissões têm de arcar com as maiores reduções

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