Descrição de chapéu Folhainvest Evergrande

Plano da Evergrande de vender divisão de serviços imobiliários desmorona

Incorporadora chinesa se inscreve para retomada de venda de ações dias antes de prazo para moratória

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Thomas Hale
XANGAI | FINANCIAL TIMES

A incorporadora chinesa Evergrande disse que uma potencial venda de sua unidade de serviços imobiliários desmoronou, aumentando a pressão sobre o grupo que tem poucos dias para evitar a moratória oficial de sua dívida.

Um acordo para vender 50,1% do Evergrande Property Services Group para a incorporadora Hopson Development Holdings por cerca de US$ 2,6 bilhões (R$ 14,4 bilhões) foi cancelado na semana passada, disse o grupo em documentos oficiais na quarta-feira (20) à tarde.

A Evergrande, a mais endividada construtora de imóveis do mundo, com mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,66 trilhão) em contas a pagar, foi envolvida em uma crise de liquidez que gerou preocupação global sobre a saúde deteriorada do vasto setor imobiliário da China.

As ações do grupo e sua unidade de serviços imobiliários, que também é listada em Hong Kong, estacionaram durante a maior parte de outubro desde que a Evergrande revelou a possível venda da divisão. Ela se inscreveu para a retomada da venda de suas ações na quinta (21), segundo acrescentou nos documentos.

A escalada da crise levou a Evergrande a perder uma série de pagamentos de juros a detentores de títulos internacionais. O primeiro pagamento perdido, em 23 de setembro, deu origem a um período de graça que termina neste fim de semana, antes que uma moratória formal seja declarada. A Evergrande correu para vender ativos, mas muitos esperam que ela peça uma das maiores reestruturações na história corporativa chinesa.

Em um de dois registros oficiais feitos na quarta, a Evergrande disse que exceto pela venda de uma participação em um banco regional da China "não houve progresso material na venda de ativos do grupo".

A construtora também rompeu o silêncio sobre a falta de pagamento de juros, declarando que o período de graça "ainda não expirou". Seu silêncio, juntamente com a suspensão da negociação de suas ações, provocou críticas às proteções dadas aos acionistas na Bolsa de Hong Kong.

Assessores dos detentores de títulos disseram no início do mês em uma ligação que não tinham recebido "engajamento significativo" da companhia desde que a procuraram em meados de setembro, e manifestaram preocupação sobre a discutível venda da unidade de serviços, assim como da participação no banco.

Desde que a Evergrande falhou nos pagamentos, seus pares como a construtora de luxo Fantasia e a Sinic Holdings deixaram de saldar títulos no valor de US$ 206 milhões e US$ 246 milhões, respectivamente, enquanto os rendimentos de mutuários chineses mais arriscados nos mercados de títulos asiáticos dispararam a seu nível mais alto em uma década.

O Banco Popular da China interferiu no final da semana passada na crise da Evergrande pela primeira vez, dizendo que efeitos colaterais eram "controláveis" e culpando a empresa por seus problemas.

Dados econômicos nesta semana mostraram a indústria imobiliária chinesa contraída no terceiro trimestre em relação ao ano passado, enquanto as vendas de novas casas em 70 cidades em setembro caíram em comparação com o mês anterior pela primeira vez desde 2016.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.

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