Descrição de chapéu petrobras

Bolsonaro diz que Petrobras vai anunciar redução de preços de combustíveis

Mudanças serão divulgadas nesta semana, afirma presidente, sem especificar valores

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Brasília e Rio de Janeiro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (5) que a Petrobras vai começar a anunciar uma série de reduções nos preços dos combustíveis, começando nesta semana.

"A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível", afirmou em entrevista ao site Poder360.

"A gente anuncia agora, esta semana, pequenas reduções, a princípio toda semana, do preço dos combustíveis, a partir desta semana", disse.

O chefe do Executivo, no entanto, não informou quais seriam os percentuais de redução, nem os prazos.

O mercado já espera algum repasse da queda das cotações internacionais do petróleo nas últimas semanas, em resposta ao avanço da variante ômicron pelo mundo.

Referência internacional negociada em Londres, o petróleo Brent, por exemplo, saiu da casa dos US$ 80 (R$ 455, pela cotação atual) por barril no fim de novembro e hoje oscila em torno dos US$ 70 (R$ 397) por barril.

O risco de intervenção nas políticas comerciais da companhia em ano eleitoral é motivo de preocupação no mercado, mas a avaliação é que a empresa tem hoje mecanismos de controle mais fortes para evitar ingerências.

"O custo político de interferência em uma companhia no Brasil cresceu substancialmente", escreveram em relatório os analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, do UBS BB.

Procurada, a Petrobras não quis comentar.

A alta de preços dos combustíveis vem sendo um dos principais motores da inflação, que já ultrapassou os dois dígitos no acumulado em 12 meses, e é um dos maiores problemas econômicos enfrentados pela gestão Bolsonaro.

Além de afetar a popularidade do presidente, a inflação também tem causado insatisfação entre prefeitos. Eles reclamam que estão sendo pressionados a reajustar os valores das tarifas do transporte público. Por isso, solicitam auxílio financeiro do governo federal.

Outro grupo fortemente afetado pela alta de preços dos combustíveis é o dos caminhoneiros. Base de apoio de Bolsonaro, a categoria vem organizando, porém, manifestações contra a política de preços da Petrobras e a falta de ação do governo federal para conter a inflação.

Pressionado, Bolsonaro chegou a anunciar um auxílio de R$ 400 para a categoria, que viria do espaço aberto no teto pela PEC dos Precatórios, aprovada no Senado na semana passada.

Em resposta às críticas pelas altas dos combustíveis, o presidente vem atacando governadores e a própria Petrobras. Em relação aos primeiros, costuma afirmar que os altos preços são consequência dos impostos estaduais, em particular do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).

"Eu não reajustei, mantive congelado desde 2019, o valor do PIS/Cofins, que é o imposto federal. Os governadores mantiveram o percentual, que varia de acordo com o valor na bomba. E mais que dobraram o valor arrecadado com o ICMS. Querem criticar, critiquem. Mas a pessoa certa", disse ainda ao site neste domingo.

Recentemente, Bolsonaro também passou a atacar a Petrobras, afirmando que não tem controle sobre a empresa e disse que estava discutindo com o ministro Paulo Guedes (Economia) uma "solução".

"É uma empresa que não tenho domínio sobre ela, tem seu aparelhamento. Ela busca o lucro. Tivemos problema sério, no passado, além da corrupção, com a questão da paridade com preço internacional. Estamos buscando rever essa questão", disse Bolsonaro nas últimas semanas.

"Ela entrega a gasolina a R$ 2,30 o litro. Chega a R$ 7 no final da linha. É um assunto que sempre procuro debater com a sociedade para demonstrar onde está o problema", afirmou ainda o mandatário.

Por outro lado, em audiência no Senado, há dez dias, o presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, disse que "não é correto" atribuir à Petrobras o aumento nos preços dos combustíveis.

"A Petrobras reajusta o preço desses combustíveis observando estas variáveis: mercado externo, mercado interno, como eles se comportam, observamos praticamente três grandes mercados —os Estados Unidos, a Europa e a Ásia—, a competição entre produtores e importadores, e a variação do preço no mercado mundial", argumentou.

De acordo com o presidente da empresa, nos últimos sete meses, a estatal ficou 95 dias sem alterar o preço do GLP; 85 sem aumentar o valor do diesel; e 56 dias sem elevar o da gasolina. Ele ainda afirmou que os 15 reajustes feitos pela companhia resultaram em 38 altas para os consumidores.

Bolsonaro acompanhou neste domingo a final do campeonato interno de futebol de veteranos de um clube de Brasília, na qual estava prevista a participação de seu sogro. A imprensa foi vetada pelo clube.

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