A Shell anunciou nesta segunda-feira (28) que sairá de todas as suas operações russas, incluindo uma grande usina de gás natural liquefeito, tornando-se a mais recente grande empresa de energia ocidental a deixar o país rico em petróleo após a invasão da Ucrânia por Moscou.
A empresa disse em comunicado que deixará seu principal negócio de GNL, o Sakhalin 2, no qual detém uma participação de 27,5%, e que é 50% de propriedade e operada pela gigante russa de gás Gazprom. O negócio, localizado na costa nordeste da Rússia, produz cerca de 11,5 milhões de toneladas de GNL por ano, que é exportado para importantes mercados, incluindo China e Japão.
A decisão ocorre um dia depois que a rival BP abandonou sua participação de 19,75% na gigante petrolífera russa Rosneft, que responde por cerca de metade de suas reservas de petróleo e gás, em um movimento que pode custar à empresa britânica mais de US$ 25 bilhões (R$ 128,5 bilhões).
Por conta da participação, a BP recebeu receita da Rosneft na forma de dividendos que totalizaram cerca de US$ 640 milhões (R$ 3,3 bilhões) em 2021, cerca de 3% do fluxo de caixa das operações da empresa.
"Fiquei profundamente chocado e triste com a situação que se desenrola na Ucrânia e meu coração está com todos os afetados. Isso nos levou a repensar fundamentalmente a posição da BP com a Rosneft", disse o presidente-executivo da BP, Bernard Looney, após o anúncio da retirada.
A BP disse que a notícia não afetará suas metas financeiras de curto e longo prazo que incluem estratégia de deixar para trás petróleo e gás em detrimento dos combustíveis de baixa emissão de carbono e energia renovável. A Equinor, da Noruega, também planeja sair da Rússia.
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