Descrição de chapéu inflação petrobras

Flávia Arruda diz que governo não pode descartar novas medidas para conter preço dos combustíveis

Bolsonaro sancionou projeto de lei que altera cobrança de imposto sobre combustíveis

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), disse neste sábado (12) que o governo não pode descartar adoção de outras medidas para conter o preço dos combustíveis, além da lei que altera a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis e zera as alíquotas de PIS/Cofins sobre diesel e gás até o fim de 2022.

O projeto de lei foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite de sexta-feira (11).

Segundo a ministra da articulação política, não é possível ter previsibilidade e o que "norteia" é o tempo que a guerra da Ucrânia vai durar.

Como a Folha mostrou, uma ala do governo ainda defende a adoção de uma solução rápida para evitar que o mega-aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10) seja repassado ao consumidor. A principal tese é a adoção de subsídio para o diesel, com efeito imediato, para permitir ao governo bancar uma parte dos valores cobrados nas bombas.

A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 21.fev.2022/Folhapress

"A medida deste momento é essa [aprovação do PLP]. A gente sabe que não é o ideal, porque ainda teve reajuste e o preço do combustível ainda continua, mas a gente tem que lembrar que a gente está vivendo um momento de guerra", disse a ministra, ao ser questionada sobre a possibilidade de um programa de subsídio ao diesel com efeito imediato, para permitir ao governo bancar uma parte dos valores cobrados nas bombas.

"Acho que não dá para a gente ter nenhuma previsibilidade no momento, falar assim: prazo de amanhã, de depois. Sem saber quanto tempo esse período de guerra ainda vive. Não podemos descartar a possibilidade de alguma medida importante, com responsabilidade fiscal e tudo", completou.

A declaração de Flávia foi ao chegar na sede do PL na manhã deste sábado, onde participa do mutirão de filiação de deputados federais ao partido, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a janela partidária, que vai até 1º de abril, são esperados cerca de 25 novos deputados na legenda.

A hipótese da criação de um programa de subsídios é rechaçada pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia). Contudo, já admitem que, caso o conflito persista, este seria até um "caminho natural". Há uma avaliação de que, nessa situação, não seria necessário decretar calamidade, desde que haja conforto jurídico para a edição de um crédito extraordinário —que fica fora do alcance de regras fiscais como o teto de gastos.

Outra medida levantada na última semana pelo próprio presidente Jair Bolsonaro foi a mudança na política de preços da Petrobras. Questionada sobre essa possibilidade, a ministra da Secretaria de Governo negou.

"Não, a medida que tinha que ser tomada era aprovação desse PLP. E agora sancionado o efeito dele vai ser imediato e a gente aguarda aí os próximos passos", disse.

Ela também afirmou que a relação entre o presidente da Petrobras, general Silva e Luna, e Bolsonaro "é sempre boa", negando relatos sobre suposto ruído entre os dois devido ao megarreajuste desta semana.

O texto sancionado por Bolsonaro foi aprovado tanto por deputados quanto por senadores na madrugada desta sexta, após a Petrobras anunciar um mega-aumento nos preços de gasolina e diesel. A estatal teve de reajustar os valores, após a guerra na Ucrânia pressionar o dólar e o preço internacional do petróleo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.