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Datafolha: soro de leite e sobra de carnes estão nas compras de 20% dos brasileiros

67% procuram produtos mais baratos, de menor qualidade ou fora do padrão

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São Paulo

Pesquisa Datafolha mostra que quase sete em cada dez brasileiros estão em busca de produtos de marcas mais baratas, muitas vezes adquirindo alimentos de menor qualidade, perto do vencimento ou fora dos padrões tradicionais, para economizar nas compras.

É o que aponta pesquisa do instituto, contratada pela Folha e que ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades de forma presencial na quarta (27) e quinta-feira (28).

Segundo o levantamento, 67% mudaram os hábitos de compra. São 61% os que foram em busca de marcas mais baratas e 29% os que compraram produtos próximos ao vencimento.

Cresce a venda de produtos como carcaça e pele de frango em açougues - Karime Xavier/Folhapress

Dos entrevistados, 23% adquiriram pontas de frios e feijão partido, mesmo percentual dos que afirmam substituir o leite por soro de leite ou produtos feitos a partir desse insumo. Há ainda 20% que consumiram sobras de frango, de carne ou pele de frango.

Entre as pessoas que recebem o Auxílio Brasil, 31% passaram a comprar sobras de carnes, mesmo percentual dos que têm consumido soro de leite. São 36% tanto os que adquiriram produtos próximos ao vencimento como os que levaram para casa feijão partido e pontas de frios.

Dados sobre a inflação ao consumidor divulgados pelo IBGE mostram que o preço do leite disparou 41,8% de janeiro a junho deste ano. O produto é vendido por mais de R$ 7,00 em alguns supermercados. Já o soro de leite era vendido por cerca de R$ 5,00.

Também em busca de alternativa diante da disparada dos preços, supermercados nas periferias de São Paulo têm comercializado itens como feijão fora do tipo, pontas de frios —bandejas com restos de queijo e presunto—, carcaça e pele de frango.

Reportagem da Folha também mostrou a popularização dos chamados "vencidinhos", comércios que vendem produtos próximos ao vencimento e, por isso, cobram menos que as grandes redes.

A pesquisa está registrada no TSE com o número BR-01192/2022 e tem margem de erro de dois pontos para mais ou menos.

A alta da inflação, principalmente dos alimentos, e a queda na renda do trabalhador têm levado muitas famílias a alterar a cesta de compras. O IPCA (índice de preços ao consumidor) acumula alta de 11,89% até junho deste ano.

A alimentação em domicílio avançou 16,7% no período, com destaque para produtos como feijão (30%), leite longa vida (38%) e aves e ovos (20%).A carestia não tem poupado nem mesmo produtos que, geralmente, eram desprezados pelo consumidor, como sobras de carnes.

O governo colocou em prática uma série de medidas para amenizar a alta de preços, em sua maioria voltada ao segmento de combustíveis, questão que tem impacto maior para as famílias de maior renda.

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