Metade dos brasileiros vai comprar na Black Friday para acompanhar a Copa

Venda de TVs, celulares e roupas deve ganhar impulso com data combinada, diz pesquisa

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São Paulo

O último trimestre do ano promete ser agitado: 1º turno das eleições em 2 de outubro, 2º turno das eleições em 30 de outubro, início da Copa do Mundo do Catar em 20 de novembro, Black Friday em 25 de novembro, final da Copa do Mundo em 18 de dezembro e, finalmente, Natal e Ano-Novo.

Se, por conta da polarização política, outubro pode ser um mês tenso, o varejo se prepara para assistir as vendas deslancharem no último bimestre, ao juntar Copa do Mundo, Black Friday, 13º salário e festas de fim de ano em um mesmo período.

Segundo pesquisa da Nielsen e Toluna, antecipada para a Folha, 50% dos brasileiros pretendem fazer compras na Black Friday para se prepararem para assistir aos jogos. Entre os itens mais buscados estão eletrodomésticos (televisão, máquina de lavar roupa), celular ou tablet, moda, notebook ou PC e móveis.

mulher de máscara em frente a balcão de telefones celulares
Movimentação na loja Magazine Luiza, no centro de São Paulo, durante a Black Friday em 2021. - Danilo Verpa/Folhapress

O levantamento foi realizado entre 6 e 21 de julho, com questionário online enviado para 2 mil pessoas de todo o país. Mais da metade (55%) dos entrevistados têm entre 25 e 44 anos.

As compras de produtos eletroeletrônicos são concentradas na Black Friday, com os consumidores em busca de descontos em produtos de alto valor agregado. A Copa, por sua vez, é a principal data para venda de TVs em todo o mundo.

Varejistas e fabricantes ouvidos pela Folha, porém, já reclamaram do fato de as duas datas ocorrerem simultaneamente, o que acabaria "matando" os efeitos da Copa, por exemplo.

A Nielsen, por sua vez, defende que a realização da Copa do Mundo em novembro aquece o mercado de consumo e influencia diretamente o planejamento de compras dos consumidores.

"O último trimestre do ano é o ‘super trimestre’, cheio de eventos", diz Sabrina Balhes, líder de mensuração da Nielsen Brasil. "É o momento de as marcas entenderem como estas datas se relacionam e vão impactar o comportamento do consumidor. Para o varejo, há a facilidade de associar as mensagens que vão trabalhar na Copa junto com as da Black Friday, fazendo um esforço muito mais robusto de marketing."

Sabrina destaca o fato, por exemplo, de 65% dos consumidores da Black Friday serem fãs de futebol, enquanto 22% são espectadores ocasionais. A maior parte (86%) pretende assistir aos jogos com a família e em casa (87%). Já 19% afirmaram que pretendem assistir em bares ou restaurantes.

Segundo Sabrina, mais de três quartos (78%) dos que pretendem assistir aos jogos com a família têm menos de 44 anos. Destes, 43% têm filhos crianças.

Brasileiro é o maior consumidor de futebol do mundo

Dados da Nielsen, exclusivos para a Folha, apontam que os brasileiros são o povo que mais se interessa por futebol no mundo. De acordo com a empresa, 65% dos brasileiros se interessam por futebol –percentual superior ao da Itália (57%), Espanha (57%), Alemanha (51%) e França (43%), por exemplo.

Quanto do povo em cada país é fã de futebol? (em %)

Brasil 65
Itália 57
Espanha 57
Índia 56
Reino Unido 52
Alemanha 51
Coreia do Sul 50
França 43
China 40
Japão 28

Fonte: Nielsen


O levantamento também apontou que 33% dos brasileiros ainda não sabem o que vão comprar e devem decidir na hora. Outros 17% disseram que não pretendem fazer compras na Black Friday para se preparar para a Copa.

Já para as compras de Natal, 47% dos entrevistados pretendem comprar roupas, 37% itens de cuidados pessoais, 36% perfumes, 34% produtos de beleza e 33% itens de limpeza.

Questionados quais as marcas que vêm à cabeça quando se pensa em Black Friday, os consumidores apontaram Lojas Americanas (22%), Magalu (17%), Samsung (10%), Amazon (10%), Casas Bahia (8%).

"Existe uma associação direta entre varejistas que fazem promoções durante o ano e as oportunidades na Black Friday", diz Sabrina.

Outros nomes citados associados à data foram Mercado Livre (3%), Shopee (3%), Nike (2%), Adidas (2%) e Apple (1%).

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