China adia divulgação de PIB durante Congresso do Partido Comunista

Divulgações de setembro para série de outros números também são atrasadas

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Ryan Woo Ellen Zhang Kevin Yao
Pequim | Reuters

A China adiou a divulgação de indicadores econômicos programados para serem publicados nesta semana, incluindo números do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre previstos para terça-feira (18), de acordo com um calendário atualizado no site do departamento de estatísticas.

O adiamento altamente incomum ocorre em meio ao congresso de uma semana do Partido Comunista, evento que ocorre duas vezes a cada década e é um momento especialmente sensível na China.

Os dados do PIB do terceiro trimestre, originalmente programados para serem divulgados na terça-feira, eram altamente esperados depois que a segunda maior economia do mundo cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre em relação a um ano antes.

Xi Jinping fala no 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, em Pequim - Rao Aimin - 16.out.2022/Xinhua

Uma pessoa que atendeu o telefone no escritório de imprensa da Agência Nacional de Estatísticas disse que a mudança "se deveu a ajustes nos acordos de trabalho", mas não deu mais detalhes.

A expectativa é de que o PIB tenha expandido 3,4% entre julho e setembro, de acordo com uma pesquisa da Reuters, já que a economia começou a sentir o impacto de uma série de políticas governamentais de apoio econômico adotadas nos últimos meses.

As divulgações de setembro para uma série de outros números, incluindo produção industrial, vendas no varejo e a taxa de desemprego urbano que normalmente saem junto com os dados do PIB, também foram adiadas, de acordo com o site da agência de estatísticas.

Na conclusão do congresso desta semana, o presidente Xi Jinping deve garantir um terceiro mandato sem precedentes na liderança do país.

China teve recuperação 'significativa' no 3º tri, mas enfrenta desafios, diz planejador estatal

A economia da China mostrou uma recuperação significativa no terceiro trimestre e o emprego ficou amplamente estável, mesmo em meio a desafios contínuos, disse uma autoridade sênior do órgão planejador estatal do país nesta segunda-feira.

Autoridades lançaram uma série de medidas para fortalecer a segunda maior economia do mundo, que escapou por pouco de uma contração no segundo trimestre, à medida que as restrições rigorosas contra a Covid-19 e uma queda cada vez maior no mercado imobiliário pesam sobre as perspectivas.

"A economia se recuperou significativamente no terceiro trimestre", disse Zhao Chenxin, vice-chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, em entrevista coletiva durante o Congresso do Partido Comunista.

"Os preços ao consumidor subiram modestamente, em nítido contraste com a alta inflação global, e o emprego permaneceu estável em geral."

A economia da China deve ter crescido 3,4% entre julho e setembro em relação a um ano antes, ganhando ritmo em relação ao crescimento de 0,4% no segundo trimestre, mas o crescimento esperado para 2022 ainda pode ser um dos mais fracos em quase meio século, sugeriu uma pesquisa da Reuters.

Autoridades implementaram mais de 50 medidas de apoio econômico desde o final de maio, canalizando mais dinheiro para projetos de infraestrutura e cortando impostos para empresas.

A recuperação será consolidada à medida que os efeitos das políticas macro continuarem sendo divulgados, disse Zhao, que admitiu que a economia ainda enfrenta vários ventos contrários.

"Influenciada por mudanças no ambiente externo e interno, ainda existem algumas contradições e problemas pendentes na operação econômica, e o desenvolvimento econômico ainda enfrenta muitas dificuldades e desafios", disse ele.

A China tomará medidas para estabilizar suas cadeias de suprimentos e intensificar as políticas econômicas para atrair investimentos estrangeiros, principalmente no setor manufatureiro, acrescentou Zhao.

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