De astro a empresário: como Brad Pitt estreou no ramo de produtos de beleza

Ator tem marca de cosméticos baseados em uvas e coleção de camisas de cashmere

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Los Angeles

Brad Pitt está de volta às manchetes, mas desta vez não com um novo blockbuster nos cinemas. Considerado no passado "bad boy" de Hollywood e até pouco tempo eterno maconheiro, o ator finalmente se rendeu às simplicidades do alto luxo para diversificar seus investimentos.

Com um sex appeal raro na indústria aos 58 anos, nada mais natural do que abraçar uma linha de produtos de beleza e uma grife de roupas. Os novos empreendimentos se juntam à marca de champanhe rosé que ele lançou dois anos atrás e à estreia na carreira de artista plástico, com sua primeira exibição pública neste mês, num museu na Finlândia.

O astro de "Clube da Luta" (1999) e "Era uma Vez em Hollywood" (2019) recebeu convidados para apresentar as novidades na sua propriedade no sul da França, o Château Miraval. Ele e Angelina Jolie compraram a vinícola em 2008 e se casaram lá em 2014. O local é até hoje centro de disputas judiciais entre os dois após o divórcio em 2016.

O ator e produtor americano Brad Pitt chega ao 79º Festival de Veneza, na Itália - Tiziana Fabi - 8.set.2022/AFP

A linha de beleza se chama Le Domaine e é baseada no poder antioxidante das uvas. Há um sérum, dois tipos de creme e uma emulsão de limpeza que combinam propriedades das sementes de uvas Grenache com as sementes e cascas das uvas Syrah e Mourvedre, todas da região de Provença.

Le Domaine não é voltada para um gênero específico, vem em embalagem reutilizável e com uma tampa reciclada de barris de vinho.

É visível que Pitt andou fazendo tratamentos estéticos no rosto, algo que pode distrair bastante o espectador mais atento de seu blockbuster mais recente, "Trem Bala" (2022). Mas quem quiser pagar para ver se foram apenas as uvas mágicas francesas responsáveis pela transformação terá que desembolsar algumas centenas de euros. Um dos cremes custa 275 euros (R$ 1.400), enquanto o sérum é vendido por 350 euros (R$ 1.780).

Cosméticos da marca Le Domaine, de Brad Pitt - Le Domaine/Divulgação

"Não quero ficar fugindo da velhice. Gostaria de ver nossa cultura abraçando a velhice um pouco mais. Quando criamos Le Domaine, discutimos sobre uso de títulos 'anti-envelhecimento'. É ridículo. É um conto de fadas. Mas o que é real é tratar sua pele de forma saudável", disse Pitt para a edição britânica da revista Vogue.

"É algo que aprendi a fazer por conta do meu trabalho, mas faz você se sentir melhor. Eu cresci com uma mentalidade do interior, você sabe, lavar a cara com sabão e seguir em frente. E acho que estamos aprendendo que, se nos amarmos, se nos tratarmos um pouco melhor, haverá benefícios duradouros nisso."

Na entrevista, Pitt também teceu elogios à sua amiga Gwyneth Paltrow, que lhe ensinou a cuidar da pele quando os dois namoraram e ficaram noivos nos anos 1990.

A ex-atriz tem ajudado Pitt a divulgar a nova coleção de camisas de cashmere que ele criou em parceria com uma empresária e curandeira holística chamada Sat Hari Khalsa. As peças da grife God’s True Cashmere são ainda muito mais caras que os cremes de rosto.

Numa entrevista ao seu site de beleza Goop.com, Paltrow conversou com Pitt sobre as inspirações para lançar as camisas unissex de US$ 2.250 (R$ 11.470). Tudo começou com uma vontade de ter "mais suavidade na vida", ele disse, fazendo com que a amiga Khalsa fosse atrás da melhor cashmere do mercado para lhe fazer uma camisa de presente.

Com o portal Goop, criado em 2008, Paltrow virou guru de saúde feminina e beleza, mesmo vendendo as mais loucas panaceias para um gigantesco fã clube de carteiras polpudas. Le Domaine e God’s True Cashmere serão certamente marcas voltadas para esse público, embora mais masculino.

Roupas da grife God's True Cashmere - Selfridges/Divulgação

A linha de beleza não abriu apenas promessas de juventude e sim também a caixa de pandora do divórcio de Pitt e Jolie, que seguem brigando mesmo seis anos depois de separados. A atriz vendeu em 2021 sua parte do Château Miraval para uma empresa parte da divisão de vinhos da Stoli, cujo dono seria um bilionário russo, segundo processo obtido pela revista People.

Pitt processou a ex-mulher alguns meses atrás, já que ele teria direito de compra, e Jolie contra processou no começo de setembro. A empresa da atriz alega que Pitt fez uma campanha para se apropriar do Château Miraval nos últimos anos e enrolou nas negociações de venda, tudo em retaliação ao divórcio e ao processo de custódia dos filhos.

O imbróglio deve se estender por mais alguns anos, enquanto Pitt segue com sua vida nova de empresário e artista. Ele apresenta nove esculturas no Sara Hilden Art Museum, em Tampere, ao sul da Finlândia, até 15 de janeiro. Para o crítico de arte do jornal britânico The Guardian, Pitt surpreendeu: "Ele evitou o constrangimento das celebridades que fazem arte para revelar obras poderosas e valiosas".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.