O segundo turno das eleições presidenciais deste ano ficou marcado por uma explosão de denúncias de assédio eleitoral —tentativas de patrões de usarem seu poder para influenciar o voto de seus empregados— feitas ao MPT (Ministério Público do Trabalho).
Até esta sexta-feira (28), elas eram 2.243 em todo Brasil, num crescimento tão vertiginoso que levou o órgão público a montar um plantão especial neste final de semana, quando os brasileiros escolhem quem será o próximo presidente: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).
As suspeitas envolvem 1.731 empresários ou gestores públicos e há pelo menos um caso em cada estado brasileiro.
Considerando apenas números absolutos, Minas Gerais registrou o maior número e também o crescimento mais acelerado de queixas, num movimento que, segundo procuradores, dá indícios de uma ação coordenada entre empresas e setores para coagir trabalhadores.
Em parte, a liderança numérica mineira se deve à grande quantidade de eleitores no estado: é o segundo maior colégio eleitoral do país. Quando as denúncias são divididas pelo número de eleitores, Minas perde a primeira posição —embora ainda mantenha um número expressivo de casos.
Foi em Santa Catarina que se registrou a maior quantidade de empresas denunciadas em relação ao tamanho do eleitorado. Foram ou estão sendo investigados pelo Ministério Público 163 empregadores, o equivalente a 29,7 empresas para cada 1 milhão de eleitores. Em Minas, a proporção é de 24,2 empresas denunciadas para cada 1 milhão de eleitores.
Já em relação ao total de denúncias recebidas pelo MPT (onde se contam todas as queixas, mesmo que haja mais de uma por empresa), é Tocantins que aparece em primeiro lugar: 49 denúncias para cada 1 milhão de eleitores. Santa Catarina vem em segundo lugar, com 38/1 milhão; Minas, em terceiro, registrou 33/1 milhão.
ONDE DENUNCIAR ASSÉDIO ELEITORAL:
- Site do MPT: mp.br/pgt/ouvidoria
- Pelo aplicativo MPT Ouvidoria, para dispositivos Android
- Pelo aplicativo Pardal, que também se comunica com o MP Eleitoral, para IOS e Android
- No sindicato de cada categoria
- No Ministério Público Federal, neste link
- Nas procuradorias regionais; veja aqui os contatos no estados
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